São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Disputa na base

Geraldo Alckmin iniciou ofensiva sobre os subprefeitos tucanos de São Paulo a fim de fortalecer seu nome para a disputa eleitoral deste ano. Ele tem procurado os ocupantes dos cargos com o objetivo de ganhar fôlego num setor dominado por José Serra, entusiasta do projeto de reeleição de seu sucessor na prefeitura, Gilberto Kassab (DEM). Das 31 áreas nas quais o município é dividido, 22 são ocupadas por indicações do PSDB. O partido é responsável por 75% do R$ 1,1 bi destinado às subprefeituras neste ano.
A ala tucana contrária à candidatura de Alckmin também trabalha duro pela adesão de quem tem força eleitoral nos bairros: articula o apoio em bloco dos 12 vereadores do partido à idéia de aliança com Kassab.

Lamparina. Crítico da demora do governo em alertar para o risco de apagão, o DEM resolveu usar suas principais prefeituras como contrapontos. Kassab e Cesar Maia (RJ) deverão lançar em breve planos de economia de energia nas duas administrações.

Nota 10. Ameaçado de ter que deixar o Ministério do Trabalho por acumular a presidência do PDT, Carlos Lupi preparou um relatório para mostrar a Lula apontando que conseguiu execução orçamentária recorde de 99,07%. Segundo ele, o percentual de investimento atingiu 99,45%.

Zerado. Em tempos de ameaça de cortes, o Ministério do Desenvolvimento Social também comemora recorde de execução desde sua criação: 99,4% dos recursos de 2007 foram empenhados, e 98,5% efetivamente pagos.

Currículo 1. Remi Ribeiro (PMDB-MA), o segundo suplente do senador Edison Lobão (PMDB-MA), foi multado em dois processos pelo Tribunal de Contas da União quando era tesoureiro da Prefeitura de São Bento (MA). Todos os recursos de defesa foram rejeitados pelo tribunal.

Currículo 2. O primeiro caso trata de desvio de verbas do Ministério da Saúde para erguer um posto de saúde. O TCU concluiu que "os recursos não foram aplicados na finalidade do convênio". O segundo concluiu que houve desvio de dinheiro destinado a obras de asfaltamento.

Bagunça. A direção da Anac se queixa da desorganização deixada pela gestão de Milton Zuanazzi. O registro de acidentes aéreos não era atualizado desde 4 de julho de 2007. Não contabiliza nem a tragédia do AirBus da TAM nem a queda do Learjet que matou oito pessoas em São Paulo.

Aval. A cúpula do Ministério da Justiça defende o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., no episódio da demissão de duas diretoras do Departamento de Recuperação de Ativos. Para o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto, não há ingerência política no órgão.

Tinindo. As indicações para a diretoria da Eletronorte seguem em compasso de espera, mas os dirigentes já assumirão de carro novo. A estatal abriu concorrência para comprar cinco veículos.

Com voto. O antigo Campo Majoritário do PT vai priorizar a indicação de parlamentares para o novo Diretório Nacional. Em 2005, após o mensalão, muitos deputados e senadores preferiram ficar de fora da vida partidária.

Outro lado. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirma que foi consultado pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA) sobre as denúncias contra seu filho e o aconselhou, mas diz que não agirá para ajudá-lo.

Visita à Folha. Eleno Bezerra, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Paulo e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Rivaldo Chinem, assessor de comunicação.

Tiroteio

"O DEM está querendo mudar de base eleitoral? Só falta agora começar a defender o MST."


Do deputado federal ANDRÉ VARGAS (PT-PR) sobre a ação direta de inconstitucionalidade do Democratas contra a medida provisória do governo que dá crédito de R$ 12,5 bilhões ao BNDES a fim de aumentar a capacidade do banco de conceder empréstimos ao empresariado.

Contraponto

Lógica tucana

A cúpula do PSDB no Congresso aguardava na ante-sala do STF, dias atrás, para protocolar uma ação contra o aumento do IOF quando o senador Tasso Jereissati (CE) resolveu reclamar das obras do novo anexo do Judiciário:
-Que obra malfeita, olha a tinta escorrida na parede!
O líder Arthur Virgílio (AM) comentou:
-É um exercício de lógica, Tasso, porque, se a obra é pública, gasta-se muito dinheiro, e ela sai malfeita. Se é privada, custa mais barato, e fica bem feita.
Diante da cara de interrogação dos colegas, Virgílio concluiu o raciocínio:
-Ou seja, a solução é privatizar o Supremo!


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