|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Governo diz que agiu sob ordem da Justiça do RS
DA REPORTAGEM LOCAL
O subsecretário de Fazenda do Rio Grande do Sul que
assinou a revogação da licitação vencida pela empresa
do grupo do bicheiro Carlos
Augusto de Almeida Ramos,
o economista Odir Pinheiro
Tonollier, 46, declarou ontem que o governo gaúcho
"foi obrigado a assinar o
contrato pela Justiça".
"Foi tudo sob ordem judicial. Mandei constar isso na
hora da homologação", disse Tonollier, que na época
respondia interinamente pela secretaria. Tonollier primeiro afirmou que o motivo
para o cancelamento da licitação foi o "preço vil" apresentado pela Capital: "Tínhamos dúvida se ela conseguiria cumprir o edital". Depois, acrescentou que também havia uma "fumaça",
uma suspeita, em torno da
empresa. "Pelo fato de ser
uma empresa de lixo, e de
Goiás, causou-nos uma suspeição", disse Tonollier.
O subsecretário afirmou
que chegou a ser procurado
uma vez por um representante da Capital, cujo nome
não se recorda, mas não o recebeu. Disse que nunca esteve com o bicheiro Carlos Ramos e seu irmão, Sebastião:
"Desse assunto [loterias e jogos], eu não gostava nada".
Tonollier disse que, antes
da assinatura do contrato,
consultou o Ministério Público de Goiás para saber se
havia acusações contra a Capital na Justiça, mas a resposta foi negativa. "Em nome dos sócios também nada
constava. Fizemos essas
consultas para saber se conseguiríamos elementos [para não assinar o contrato]."
A Folha procurou ontem
os empresários Sebastião de
Almeida Ramos Júnior e Lenine Araújo de Souza, por
telefone, em suas casas, em
Anápolis (GO), mas ambos
não foram localizados. Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que negou ser bicheiro e se disse um "empresário do mercado lotérico",
em entrevista concedida ao
jornal "O Popular", de Goiânia, tem sido procurado pela
Folha desde a última sexta-feira, sem sucesso. Na entrevista ao jornal goiano, Ramos afirmou que é honesto e
que foi "extorquido" por
Waldomiro Diniz.
(RV)
Texto Anterior: Bicheiro venceu licitação do PT gaúcho Próximo Texto: Direitos Humanos: Alckmin retém indenizações a torturados Índice
|