São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

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A PRIMEIRA-DAMA

Casada com Severino há 51 anos, Amélia diz que ele é "batalhador e de caráter firme"

Foi a eleição mais emocionante, diz esposa

ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após ficar quase 24 horas sem dormir, a nova primeira-dama da Câmara dos Deputados, Catarina Amélia Lemes Valadão Cavalcanti Ferreira, 75, se sentia "uma menina" na tarde de ontem. "Acho que foi a eleição mais emocionante da minha vida, e eu já passei por muitas."
Amélia, como prefere ser chamada, permaneceu na Câmara das 16h de segunda-feira até as 9h de ontem, quando o marido Severino Cavalcanti (PP-PE), foi para casa descansar -já como novo presidente.
O casamento de 51 anos deu quatro filhos e seis netos ao casal. Há dois anos, o filho Severino Cavalcanti Júnior morreu em um acidente, em meio à campanha para deputado estadual. Ele já havia sido prefeito de João Alfredo -cidade natal do pai, que também foi prefeito do município. A filha mais nova, Ana Cristina, 40, seguiu a campanha e se elegeu. "Além disso, meu irmão já foi prefeito em Aparecida [do Norte, sua cidade natal] e meu pai, vereador" , diz ela, relatando sua experiência nos bastidores das campanhas políticas.
No pleito que elegeu o marido ontem, Amélia diz que trabalhou pouco. "Meu trabalho é com o povo do Nordeste", disse.
Em João Alfredo, onde é chamada de "dona Amelinha", é considerada uma espécie de "mãezona". "Eu ouço as pessoas e distribuo remédios. Até de madrugada vêm me procurar", conta ela.

Aborto
Perguntada sobre sua posição em relação à legalização do aborto, Amélia relembrou do filho que morreu e se emocionou. "Sou radicalmente contra o aborto, sou a favor da vida", diz ela, católica praticante. Mesmo assim, considera que há casos, como o de fetos anencefálicos, em que a questão precisa ser discutida.
"Mas não sei se é isso que meu marido pensa", disse. "A gente conversa muito, mas não sei se meus "pitacos" influenciam na política dele", afirmou.
Sobre o mandato do marido, Amélia tem certeza que basta apenas ele "continuar sendo o que sempre foi, batalhador e de caráter firme" e "manter os conceitos corretos que teve em toda vida", para "ajudar o Brasil."


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