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Roseana é cotada
para lugar de Aldo na Coordenação
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A senadora e ex-governadora
do Maranhão Roseana Sarney,
que está de saída do PFL, partido
de oposição, é cotada para ministra da Coordenação Política se
fracassar a articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar a pasta ao PT.
Roseana já foi cotada para muitas pastas -Planejamento, Integração Nacional, Meio Ambiente
e Cidades. Ontem, além da Coordenação Política, a pasta das Cidades, do petista Olívio Dutra,
voltou a ser uma opção.
Ontem foi mais um dia de conversas no Planalto. O ministro
Amir Lando (PMDB-RO), que será substituído na Previdência pelo
senador Romero Jucá (PMDB-RR), esteve reunido à noite com
Lula. Lando pediu a audiência e
foi encaixado na agenda do presidente. Esperou durante uma hora
e conversou com Lula por 15 minutos. Lando teria dito que era
impossível trabalhar com as notícias sobre sua saída e que seria
bom o presidente decidir logo.
Razões
O Planalto passou a cogitar Roseana para a Coordenação Política por duas razões principais: há
dificuldade no PT para chegar a
um nome do partido e Roseana é
uma ministeriável sem pasta. Um
auxiliar de Lula disse à Folha que
o presidente vai encaixá-la no primeiro escalão por último.
Até ontem, o principal problema para Lula bater o martelo no
nome de Roseana era a possibilidade de o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP)
aceitar o cargo. Ele chegou a ser
sondado, sob uma condição: desistir da candidatura do PT ao governo de São Paulo em favor do
senador Aloizio Mercadante.
A João Paulo agrada assumir a
Coordenação Política, mas ele
não aceita abrir mão da candidatura em São Paulo.
Os contatos com Roseana vêm
sendo feitos diretamente pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, e
pelo próprio Mercadante. Ontem
mesmo, Roseana e Mercadante
conversaram a sós num canto do
plenário do Senado.
João Paulo manteve contatos
ontem com a família Sarney. Pela
manhã, esteve na casa de Roseana. À tarde, ligou para o pai dela, o
senador e ex-presidente do Senado José Sarney. Nenhum dos três
revelou o teor das conversas.
No plenário do Senado, onde foi
realizada ontem uma sessão de
homenagem a Sarney pelos 20
anos da redemocratização do
país, Roseana negava que tivesse
tido convite para assumir um ministério. Ela, porém, cometeu um
ato falho: "Eu não sou ministra
ainda", disse. Os jornalistas riram.
O gesto de Lula, Dirceu e Mercadante de convidar Roseana para o
governo tem sido bem-recebido
pelo PT. Setores do partido, inclusive da cúpula, no entanto, reagiram mal ao saber ontem que havia a possibilidade de Roseana assumir uma área tão estratégica
quanto a Coordenação Política.
Os petistas ouvidos pela Folha
alegam que esse cargo cabe ao
partido especialmente neste e no
próximo ano, quando haverá eleições. O discurso para tirar o atual
ministro Aldo Rebelo (PC do B)
foi construído a partir da necessidade de o cargo ficar com o PT.
Aldo apoiou Lula desde o primeiro turno em 2002, mas seu
partido tem só nove deputados.
Essa bancada não justifica que a
sigla tenha dois ministros -o outro é Agnelo Queiroz (Esportes).
No início da reforma, a idéia era
tirar Queiroz e manter Aldo. Nenhum dos aliados quis Esportes, e
o PT passou a exigir a Coordenação. Deputado federal eleito por
São Paulo, ele pode voltar à Câmara como líder do governo ou
virar ministro.
Colaboraram JULIA DUAILIBI E EDUARDO SCOLESE, da Sucursal de Brasília
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