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ÁREA SOCIAL
1,6 mi de famílias cadastradas em programas de renda têm emprego formal
Pesquisa vê irregularidade em programas do governo
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa inédita feita no Cadastro Único do governo federal
apontou que 14,55% dos 11 milhões de famílias beneficiadas por
programas de transferência de
renda têm emprego formal.
Representa 1,6 milhão de famílias, sendo que 1,2 milhão tem
renda maior do que a declarada
no cadastro. Agora as prefeituras
receberão os dados para checar se
elas estão enquadradas ou não no
perfil dos programas. Caso não
estejam, podem ter o repasse dos
benefícios cancelados.
No caso do Bolsa-Família, o
programa de transferência de
renda criado no governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, foram detectadas 896.247 famílias cujo responsável tem emprego formal.
Dessas 896.247 famílias, 286 mil
estão com indícios de irregularidade porque o rendimento é
maior do que o exigido no programa -até R$ 100 per capita.
Representam 4,4% do total de beneficiados -6,5 milhões no país.
Os resultados foram obtidos a
partir do cruzamento de dados do
Cadastro Único com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) -listagem fornecida por
empresas ao governo com todos
os empregados e rendimentos.
"Isso mostra que o programa
está no caminho certo, porque
atende a pessoas que estão no
mercado informal", afirmou ontem a secretária de Renda de Cidadania, Rosani Cunha.
Além desse cruzamento, os técnicos do Ministério do Desenvolvimento Social fizeram o que está
sendo chamado de "teste de consistência do Cadastro Único". Ou
seja, com base em procedimentos
estatísticos, fizeram um mapeamento entre as 120 variáveis disponíveis no cadastro de cada uma
das famílias beneficiadas.
Chegaram a informações inusitadas. No Rio de Janeiro, por
exemplo, das 487.281 famílias cadastradas, houve 47 casos de gravidez informada para sexo masculino. O ministério não divulgou
um balanço geral do teste de consistência. "Nosso objetivo é fornecer às prefeituras informações
precisas para que elas possam fazer as atualizações cadastrais",
afirmou a secretária.
Todas essas informações serão
repassadas a partir da próxima semana às administrações municipais para que cada prefeitura busque as famílias em que há dúvida.
Casos irregulares terão suspensão
ou bloqueio do benefício.
No próximo dia 24, o comitê
gestor do Bolsa-Família se reúne
para analisar os cruzamentos.
Novidades
Segundo Rosani Cunha, o ministério pretende discutir outros
itens que podem ser considerados
na inclusão das famílias beneficiadas pela transferência de renda.
Atualmente, o governo considera
apenas a renda de até R$ 100 per
capita. A proposta é incluir itens
como escolarização da família,
condições em que vivem etc.
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