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JANIO DE FREITAS
Ressalva
Não há comprovação
alguma de que os dez fuzis
e a pistola dados como recuperados sejam os que assaltantes
levaram de um quartel do
Exército.
Ação entre amigos
A relevância das afirmações
do motorista Francisco Chagas
e do caseiro Francenildo Costa,
sobre a presença freqüente de
Antonio Palocci em reuniões
na casa mantida em Brasília
por Rogério Buratti e outros do
grupo de Ribeirão Preto não está na informação em si. Por
ora, são palavras passíveis de
contestação por outras palavras.
O que dá significação e peso
especiais às afirmações é recaírem sobre mentiras constatadas em depoimentos de Palocci,
na CPI e no Senado, quando inquirido sobre indícios de sua
continuada proximidade com o
grupo de negócios.
Em seu último depoimento
na CPI dos Bingos, por exemplo, Palocci foi ali mesmo surpreendido em dois falseamentos. Um, ao dar mais uma explicação inverídica para sua
viagem em avião de um empresário identificado com o grupo.
Outro, quando o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) provou, com documentos, ser inverídica a explicação do ministro
para centenas de telefonemas
ligando o grupo de negócios a
Ademirson da Silva, assessor
que atende e repassa as ligações
feitas para Palocci. O uso desses
telefones, aliás, foi então negado pelo ministro, mas certos
jornalistas dele dispõem, há
muito tempo, para falar com
Palocci, a quem Ademirson da
Silva passa o fone.
Não só no governo mas também entre parlamentares do
PSDB e do PFL, há muito temor
de que Palocci se torne insustentável, se levada adiante a
apuração da sua presença na
casa da "república de Ribeirão
Preto", por ele negada. Mas a
campanha eleitoral não promete a mesma cautela, a não
ser da parte da Geraldo Alckmin.
Ainda não despontou publicamente, mas, subjacente ao
confronto de inocentações e
desmentidos, começa a circular
uma versão para a inexplicada
atitude de amigos/ex-assessores
que, de repente, voltaram seus
canhões verbais contra "o chefe" Palocci. A versão se refere a
um conflito de interesses, envolvendo atividades de testas-de-ferro e intermediações, eclodido
a partir da morte de Ralf Barquete, o integrante do grupo
que Palocci levara para a Fazenda. Enredo que já vimos representado por outros astros.
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