São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Presidente cresce 11 pontos em relação a dezembro e ficaria com 43%, contra 19% do tucano

Lula ganharia de Alckmin já no primeiro turno, diz Ibope

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganharia no primeiro turno a disputa contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), se as eleições fossem hoje, segundo os dados da nova pesquisa realizada pelo Ibope para a CNI (Confederação Nacional das Indústrias).
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 11 de março, antes, portanto, do anúncio de que Alckmin será o candidato do PSDB à Presidência, feito anteontem em São Paulo. Com o prefeito José Serra fora da disputa, Lula somaria hoje mais da metade dos votos válidos já no primeiro turno.
O presidente tem 43% das intenções de voto, contra 19% de Alckmin. Nesse cenário, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) fica com 14% e a senadora Heloísa Helena (PSOL), com 5%.
Lula ampliou sua vantagem em relação a todos os candidatos. O petista cresceu 11 pontos percentuais nas intenções de voto em relação à última pesquisa CNI/Ibope, realizada em dezembro.
Auxiliares diretos do presidente avaliam que a pesquisa mostra que a recuperação política de Lula não é passageira, mas resultado do que chamaram de cansaço com a crise do "mensalão" e a apresentação de resultados administrativos do governo. Ou seja, a pesquisa dará mais folêgo político a Lula, na visão de seus assessores.
Comparados os governos de Lula e Fernando Henrique Cardoso, 52% dos entrevistados dizem que o petista foi melhor. "Se fosse realizada hoje, a eleição seria decidida no primeiro turno", disse Amauri Teixeira, consultor contratado pela CNI.
O quadro da disputa mudaria se Serra fosse o candidato tucano. No primeiro turno, Lula ganharia de Serra, mas não teria a maioria absoluta dos votos. No segundo turno, Lula e Serra estariam tecnicamente empatados, com 44% e 40% das intenções de voto, respectivamente. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos para cima e para baixo. Foram ouvidos 2.002 eleitores em 143 municípios.
Se fosse o candidato do PMDB, Germano Rigotto teria 3% dos votos no primeiro turno.
A aprovação do presidente recuperou os índices de junho, da pesquisa do Ibope. Assim, 55% disseram que aprovam a maneira como Lula governa o país. A aprovação cresceu em todos os segmentos da sociedade. A imagem do petista melhorou até entre os seus maiores críticos, os eleitores com ensino superior, os que moram no Sul e os que ganham mais de cinco salários mínimos.
As principais razões destacadas para o melhor desempenho de Lula são a boa imagem dos programas sociais do governo e as expectativas positivas da população em relação a emprego e renda. Mais de 50% dos entrevistados acreditam que o desemprego vai diminuir ou não vai aumentar. Esse é o melhor resultado do governo desde novembro de 2004.
Na área social, 51% aprovam a atuação do governo no combate à fome e à pobreza e 55% aprovam os programas nas áreas de educação e saúde. A segurança pública tem a pior avaliação, 63% desaprovam o governo nessa área.
Em dezembro, na esteira da cassação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, 56% dos fatos que os eleitores lembravam sobre o governo na mídia diziam respeito à crise política. Agora, esse total é de 18%. Quando o assunto são impostos e a política de juros, os eleitores se manifestam de maneira mais negativa. O PIB de 2005 foi anunciado poucos dias antes da pesquisa, e 54% dos entrevistados disseram que querem "mudanças profundas na política econômica em vigor". Os pesquisadores, no entanto, não podem explicar a que mudanças os entrevistados se referiram.
Os entrevistados escolheram prioridades para o próximo presidente. Entre elas, destacaram-se a geração de empregos, o investimentos em saúde e educação, o combate ao crime organizado.


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