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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Presidente cresce 11 pontos em relação a dezembro e ficaria com 43%, contra 19% do tucano
Lula ganharia de Alckmin já no primeiro turno, diz Ibope
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) ganharia no primeiro turno a disputa contra o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), se as eleições
fossem hoje, segundo os dados da
nova pesquisa realizada pelo Ibope para a CNI (Confederação Nacional das Indústrias).
A pesquisa foi realizada entre os
dias 8 e 11 de março, antes, portanto, do anúncio de que Alckmin
será o candidato do PSDB à Presidência, feito anteontem em São
Paulo. Com o prefeito José Serra
fora da disputa, Lula somaria hoje
mais da metade dos votos válidos
já no primeiro turno.
O presidente tem 43% das intenções de voto, contra 19% de
Alckmin. Nesse cenário, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) fica
com 14% e a senadora Heloísa
Helena (PSOL), com 5%.
Lula ampliou sua vantagem em
relação a todos os candidatos. O
petista cresceu 11 pontos percentuais nas intenções de voto em relação à última pesquisa CNI/Ibope, realizada em dezembro.
Auxiliares diretos do presidente
avaliam que a pesquisa mostra
que a recuperação política de Lula
não é passageira, mas resultado
do que chamaram de cansaço
com a crise do "mensalão" e a
apresentação de resultados administrativos do governo. Ou seja, a
pesquisa dará mais folêgo político
a Lula, na visão de seus assessores.
Comparados os governos de
Lula e Fernando Henrique Cardoso, 52% dos entrevistados dizem
que o petista foi melhor. "Se fosse
realizada hoje, a eleição seria decidida no primeiro turno", disse
Amauri Teixeira, consultor contratado pela CNI.
O quadro da disputa mudaria se
Serra fosse o candidato tucano.
No primeiro turno, Lula ganharia
de Serra, mas não teria a maioria
absoluta dos votos. No segundo
turno, Lula e Serra estariam tecnicamente empatados, com 44% e
40% das intenções de voto, respectivamente. A margem de erro
da pesquisa é de 2,2 pontos para
cima e para baixo. Foram ouvidos
2.002 eleitores em 143 municípios.
Se fosse o candidato do PMDB,
Germano Rigotto teria 3% dos
votos no primeiro turno.
A aprovação do presidente recuperou os índices de junho, da
pesquisa do Ibope. Assim, 55%
disseram que aprovam a maneira
como Lula governa o país. A
aprovação cresceu em todos os
segmentos da sociedade. A imagem do petista melhorou até entre
os seus maiores críticos, os eleitores com ensino superior, os que
moram no Sul e os que ganham
mais de cinco salários mínimos.
As principais razões destacadas
para o melhor desempenho de
Lula são a boa imagem dos programas sociais do governo e as expectativas positivas da população
em relação a emprego e renda.
Mais de 50% dos entrevistados
acreditam que o desemprego vai
diminuir ou não vai aumentar.
Esse é o melhor resultado do governo desde novembro de 2004.
Na área social, 51% aprovam a
atuação do governo no combate à
fome e à pobreza e 55% aprovam
os programas nas áreas de educação e saúde. A segurança pública
tem a pior avaliação, 63% desaprovam o governo nessa área.
Em dezembro, na esteira da cassação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, 56% dos fatos que
os eleitores lembravam sobre o
governo na mídia diziam respeito
à crise política. Agora, esse total é
de 18%. Quando o assunto são
impostos e a política de juros, os
eleitores se manifestam de maneira mais negativa. O PIB de 2005
foi anunciado poucos dias antes
da pesquisa, e 54% dos entrevistados disseram que querem "mudanças profundas na política econômica em vigor". Os pesquisadores, no entanto, não podem explicar a que mudanças os entrevistados se referiram.
Os entrevistados escolheram
prioridades para o próximo presidente. Entre elas, destacaram-se a
geração de empregos, o investimentos em saúde e educação, o
combate ao crime organizado.
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