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PARTIDO SEM RUMO
PMDB derruba líder contrário a prévia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ala do PMDB que defende a
candidatura própria à Presidência
anunciou ontem uma vitória parcial na disputa com os governistas
do partido. No início da noite,
conseguiram assinaturas suficientes para destituir o líder da
bancada na Câmara, Wilson Santiago (PB), que ameaçava bandear-se para o lado dos que querem adiar a prévia marcada para
domingo. A decisão será tomada
pela Executiva do partido.
As assinaturas ainda estavam
sendo conferidas ontem à noite. O
novo líder deve ser Waldemir
Moka (MS), que teve o apoio de
52 dos 82 deputados da bancada.
Ele não quis se pronunciar antes
da confirmação de que assumirá
o posto. "Não é prudente."
O líder na Câmara tem voto na
Executiva. A substituição de Santiago por Moka deverá dificultar a
busca dos governistas por nove
votos na Executiva, mínimo necessário para adiar a prévia. Santiago, eleito líder com o apoio de
Anthony Garotinho, aparentemente mudou de lado, o que irritou o ex-governador do Rio.
"Quem bota tira", disse Garotinho. Santiago não foi localizado.
Presidente do partido, o deputado Michel Temer (SP), disse ontem que a prévia para escolher o
candidato a presidente ocorrerá
conforme planejado. Ele e os dois
candidatos inscritos, Garotinho e
Germano Rigotto, expressam
preocupação com o processo em
razão da ação dos governistas.
"Os governistas têm tido uma
atuação vergonhosa, de mau-caratismo, que atenta contra tudo o
que a maioria do partido quer",
atacou Rigotto, acusando a ala
aliada ao Planalto, sob a liderança
dos senadores José Sarney (AP) e
Renan Calheiros (AL), de operar
para inviabilizar a prévia.
Convenção
A reação dos peemedebistas
pró-prévia fez com que fosse temporariamente suspensa a reunião
da Executiva, marcada para hoje.
A saída alternativa dos governistas foi coletar assinaturas de um
terço dos presidentes de diretórios regionais do PMDB para convocar uma convenção nacional da
sigla, para 8 de abril. Nesse encontro, os peemedebistas alinhados
ao Planalto pretendem anular o
resultado da prévia, com o partido decidindo oficialmente que
não terá candidato a presidente.
Os governistas pretendem ganhar tempo até que o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva esteja
forte o suficiente nas pesquisas
para atrair o apoio do PMDB,
mesmo que não formalmente.
Terão direito a voto 20 mil filiados, caso a prévia seja efetivamente mantida.
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