São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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PARTIDO SEM RUMO

PMDB derruba líder contrário a prévia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ala do PMDB que defende a candidatura própria à Presidência anunciou ontem uma vitória parcial na disputa com os governistas do partido. No início da noite, conseguiram assinaturas suficientes para destituir o líder da bancada na Câmara, Wilson Santiago (PB), que ameaçava bandear-se para o lado dos que querem adiar a prévia marcada para domingo. A decisão será tomada pela Executiva do partido.
As assinaturas ainda estavam sendo conferidas ontem à noite. O novo líder deve ser Waldemir Moka (MS), que teve o apoio de 52 dos 82 deputados da bancada. Ele não quis se pronunciar antes da confirmação de que assumirá o posto. "Não é prudente."
O líder na Câmara tem voto na Executiva. A substituição de Santiago por Moka deverá dificultar a busca dos governistas por nove votos na Executiva, mínimo necessário para adiar a prévia. Santiago, eleito líder com o apoio de Anthony Garotinho, aparentemente mudou de lado, o que irritou o ex-governador do Rio. "Quem bota tira", disse Garotinho. Santiago não foi localizado.
Presidente do partido, o deputado Michel Temer (SP), disse ontem que a prévia para escolher o candidato a presidente ocorrerá conforme planejado. Ele e os dois candidatos inscritos, Garotinho e Germano Rigotto, expressam preocupação com o processo em razão da ação dos governistas.
"Os governistas têm tido uma atuação vergonhosa, de mau-caratismo, que atenta contra tudo o que a maioria do partido quer", atacou Rigotto, acusando a ala aliada ao Planalto, sob a liderança dos senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL), de operar para inviabilizar a prévia.

Convenção
A reação dos peemedebistas pró-prévia fez com que fosse temporariamente suspensa a reunião da Executiva, marcada para hoje. A saída alternativa dos governistas foi coletar assinaturas de um terço dos presidentes de diretórios regionais do PMDB para convocar uma convenção nacional da sigla, para 8 de abril. Nesse encontro, os peemedebistas alinhados ao Planalto pretendem anular o resultado da prévia, com o partido decidindo oficialmente que não terá candidato a presidente.
Os governistas pretendem ganhar tempo até que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja forte o suficiente nas pesquisas para atrair o apoio do PMDB, mesmo que não formalmente.
Terão direito a voto 20 mil filiados, caso a prévia seja efetivamente mantida.


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