São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

No telhado

Odílio Balbinotti virou uma dor de cabeça para Lula e para o PMDB, que o indicou, antes mesmo de assumir o Ministério da Agricultura. Além do inquérito a que responde no Supremo Tribunal Federal, o deputado é réu em outros processos na Justiça do Paraná.
Revelado seu vistoso currículo, Lula resolveu não ter pressa para nomeá-lo. Quer esperar os desdobramentos do noticiário, especialmente no fim de semana. Um dos peemedebistas que negociam a participação no governo já admite a possibilidade de o partido se antecipar e sugerir a Lula a troca de Balbinotti pelo colega de bancada Valdemir Moka (MS). "O que não podemos é deixar a crise esquentar."

Capivara. No Paraná, Balbinotti responde, junto com o ex-deputado José Borba, a ação popular por ter sido supostamente beneficiado por um esquema de desvio de recursos em Maringá no ano de 1998, quando recebeu cheque de R$ 91 mil da prefeitura na conta de uma de suas empresas, a Produquímica.

Parceria. Em outra empresa, Balbinotti é sócio do governador Blairo Maggi (PR-MT), que, ouvido pelo governo, considerou positiva sua indicação para ministro.

Modelo 1.0. Está decidido que Marta Suplicy levará o Turismo sem o bônus da Infraero, vendido a princípio como forma de "turbinar" a pasta para a ex-prefeita.

Há vaga. Lula se inclinava ontem a confirmar Walfrido Mares Guia na articulação política, mesmo tendo de anunciar a reforma sem o titular do Desenvolvimento. Ele ainda insiste em ter nesse posto alguém "muito próximo da produção", diz um ministro.

Tamanho G. Até Lula se impressiona com a expansão do PR. Em reunião ontem, brincou com Alfredo Nascimento: "O partido parou de crescer, né?". "Estamos num bom tamanho, presidente", respondeu o ex e futuro ministro dos Transportes.

Em casa. Presidente nacional do PR, Sérgio Tamer foi nomeado para cargo de assessor especial do líder na Câmara, Luciano Castro (RR), com salário de R$ 8.200.

Canto da sereia. Lula disse ao Conselho Político que seu próximo passo será chamar a oposição para conversar. Convidará os senadores pefelistas ACM e José Agripino e os tucanos Arthur Virgílio e Tasso Jereissati.

Sob censura. Rodrigo Maia pediu a seu irrequieto pai, Cesar, que pegue mais leve com adversários e sobretudo aliados no "ex-blog" mantido pelo prefeito do Rio. Em campanha para se eleger presidente do PFL, o deputado não quer saber de marola.

Ser ou não ser. O PFL, que ia virar PD, pode se chamar apenas "Democratas". Mas há quem tema pela abreviação do inusitado nome: "demo" não pegaria bem.

Em série. A Prefeitura de Recife batizará de Dona Lindu, apelido da mãe de Lula, um parque a ser construído em Boa Viagem. O projeto foi apresentado ao presidente pelo prefeito João Paulo (PT). O mesmo nome já havia sido escolhido para uma escola técnica em Guaranhuns.

Visitas à Folha. Ronaldo Augusto Marzagão, secretário da Segurança Pública de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Teresa Cristina Miranda, coordenadora de Comunicação Social, e de Enio Luciolla, assessor de imprensa.

Vincent Defourny, representante interino da Unesco no Brasil, e Nino Muñoz Gómez, diretor do birô de informação pública da Unesco, visitaram ontem a Folha. Estavam acompanhados de Ana Lúcia Guimarães, assessora de comunicação, e de Célio da Cunha, coordenador editorial.

Tiroteio

"Só no Brasil, e neste governo, um ministro assume tendo de dizer, logo em sua primeira entrevista, que é inocente".
Do senador PEDRO SIMON (PMDB-RS) sobre as explicações oferecidas por seu correligionário Odílio Balbinotti, indicado para ser ministro da Agricultura, a respeito do inquérito a que responde no STF.

Contraponto

Zoológico

Conhecido pelo temperamento sisudo, Ivan Valente (PSOL-SP) perdeu a paciência, na quarta-feira, com a pesada obstrução que os deputados oposicionistas faziam na Câmara em resposta às manobras do governo para impedir a criação da CPI do Apagão Aéreo.
-Assim não dá, vocês estão extrapolando!-, esbravejou o ex-petista no corredor das comissões.
-Calma, Ivan! É que nós estamos trabalhando em operação-padrão-, explicou João Almeida (PSDB-BA).
Ao que Valente respondeu:
-Isso não é obstrução de tucano. É de bicho-preguiça!


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