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Marta tenta definir tática contra "fritura"
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ex-prefeita de São Paulo
Marta Suplicy se reuniu ontem à noite na capital paulista com seu grupo político para decidir sua estratégia em
relação ao que chamou de
"processo de fritura" a que
vem sendo submetida pelo
presidente Lula.
Até o início da noite de ontem, Marta, de acordo com
seus aliados, não havia recebido um convite do Planalto
para ocupar um ministério,
mesmo que o do Turismo,
inicialmente fora dos planos
da ex-prefeita.
Ainda segundo os aliados
de Marta em São Paulo, Lula
estaria adiando ao máximo o
convite na esperança de que
ela desista publicamente da
condição de ministeriável.
Mas a ex-prefeita, que evita dar declarações sobre o assunto até que seu nome seja
confirmado, só desistirá de
ocupar um ministério se for
vetada por Lula.
Walfrido
Lula confidenciou a auxiliares ontem que sua tendência era manter o plano original de colocar Walfrido Mares Guia (Turismo) na pasta
de Relações Institucionais.
O presidente cogitava
transferi-lo para o ministério do Desenvolvimento,
diante da dificuldade de encontrar um nome para substituir Luiz Fernando Furlan.
Chegou a sondá-lo, mas houve reação de deputados da
base aliada.
Parlamentares do PMDB,
PR e PTB reclamaram com
Lula de que o PT estaria
pressionando pela ida de
Walfrido para o lugar de Furlan de olho na manutenção
da articulação política.
Walfrido prefere Relações
Institucionais a Desenvolvimento, mas disse ontem a
Lula que acatará sua decisão.
A nova partilha de ministérios entre os aliados já provoca reclamações entre as siglas que se sentiram escanteadas pelo espaço dado ao
PMDB e ao PT.
"Não podemos tapar o sol
com a peneira. A maioria esmagadora do PSB está descontente. Ninguém se sente
tranqüilo quando as coisas
não têm solução. Ele [Lula]
tem que dizer o que quer. O
método está errado", disse o
líder do PSB na Câmara, Beto
Albuquerque (RS).
Se, por um lado, alguns reclamam, outros fazem promessas antes mesmo de assumir o cargo.
"Vou trabalhar para acabar com as filas do INSS. É
preciso criar mais postos [de
atendimento], mas não é
simples", afirmou o presidente do PDT Carlos Lupi,
virtual futuro ministro da
Previdência.
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