São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Muito, muito

Como observou Daniel Castro na Folha, a televisão comercial, ou melhor, a Globo, "por incrível que pareça, é favorável ao projeto de rede pública". Afinal, "não acredita que vá ter audiência", em UHF. Mas "o projeto do governo" vai além. Lauro Jardim diz na Veja On-line que o Ministério da Comunicação Social, que Franklin Martins "já deu todos os sinais de que irá aceitar", abrange a nova rede, Radiobrás, Secom "e as verbas publicitárias do governo". É por elas, verbas de R$ 1,5 bilhão, que o provável futuro ministro já está sendo descrito como "muito, muito mais poderoso do que se supunha inicialmente". Martins foi dispensado pela Globo no ano passado.

"DEMOCRATIZAÇÃO"
A Abert, que representa as redes comerciais, ou melhor, a Globo, reage às teles no Congresso. Na Câmara, segundo o site Tele-Síntese, cobrou "a democratização das teles, que vão produzir conteúdo e estão nas mãos de quatro empresas [sem] limitações, como a de pertencerem a brasileiros".
No Senado, segundo o site Tela Viva, o presidente da comissão de Comunicações, suplente de Hélio Costa, "convidou" o presidente da Anatel a "prestar informações acerca da aprovação de licença à Telefônica para TV via satélite".

"ESCRAVIDÃO"
De um lado, "Oposição ameaça bloquear votações no Senado se a emenda 3 da Super-Receita for vetada", no título do "Valor". Até Aloizio Mercadante declara que o governo "não pode ignorar uma posição apoiada por ampla maioria de parlamentares".
De outro, no enunciado da agência Associated Press, em sites de jornais dos EUA à Europa, "Escravidão no Brasil pode aumentar se presidente assinar emenda". A AP diz que "a escravidão por débito é comum" no Brasil e atinge 25 mil, segundo a Igreja Católica.

economist.com
A CORRIDA
O mapa dos itinerários de Bush e Chávez apareceu primeiro na Telesur, depois BBC, até "Economist" (esq). Para a revista, Bush "chegou à frente na corrida", não por oferecer mais, mas porque "hoje os desígnios para a região são menos imperiais que os de Chávez".

MUITO MAIS
O "Financial Times", em editorial, se junta aos tantos que cobram a redução da tarifa sobre o álcool. Até elogia a turnê como "um começo útil", mas "Bush precisa pensar grande". Para começar, "os ferozmente defendidos subsídios aos produtores de etanol são sérias distorções de mercado e minam o plano de combustível verde" com o Brasil.

SEM SUBSTÂNCIA
Nos diários de viagem de "New York Times" e "Washington Post", muito folclore, como "a frase surpreendente" de Lula sobre o ponto G, que confundiu a secretária de Estado. Sobretudo, a avaliação renitente de que o "simbolismo" venceu a "substância".

COMPAIXÃO, NÃO
Andrés Oppenheimer, no "Miami Herald", avalia que a "compaixão" de Bush não colou. Para exemplicar, citou frase que ouviu de Clóvis Rossi, da Folha, "a América Latina quer comércio e investimento muito mais que compaixão". No fim, o colunista do "Miami Herald" arriscou que "este acordo do etanol com o Brasil pode se mostrar mais que retórica vazia".

DEBATE
Em seu blog, o mesmo Oppenheimer festejou que Chávez fez um ataque direto a ele, Oppenheimer, "mais um direitista" etc. Nos comentários, vários leitores concordaram com Chávez. O colunista prometeu resposta domingo.

rec6.via6.com
Logo do Rec6, clone do Digg
UMA NOVA BOLHA?
O site IDG Now, no UOL, informou que uma "rede social brasileira de web 2.0 recebe aporte de capital de risco", afinal. É a Via6, do site de edição social Rec6. Em posts pela blogosfera, com destaque no próprio Rec6, enunciados na linha "O Vale do Silício é aqui". Em seu blog, Ralphe Manzoni avaliou comedidamente que por aqui "os empreendedores da web 2.0 não vão ficar milionários nem os investidores torrarão dinheiro", mas, diante da notícia, perguntou aos leitores:
- Será que nós vamos viver uma nova bolha? Comente.

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@ - Nelson de Sá


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