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Governo quer conter ações de movimentos
Para evitar prejuízos na economia, objetivo é barrar invasões em áreas prioritárias, como hidrelétricas, estradas e ferrovias
Serviço de inteligência da Presidência já monitora entidades, mas idéia agora é dar transparência a plano e trabalhar com ministérios
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal deu início
a um trabalho conjunto de logística e de inteligência que
tem como objetivo impedir
ações de movimentos sociais
em áreas tidas como "prioritárias de infra-estrutura", ou seja,
aquelas que, se afetadas de alguma forma, podem trazer prejuízos econômicos ao país.
Barricadas em estradas, bloqueios em ferrovias e invasões
a usinas hidrelétricas são
exemplos já ocorridos e que,
agora, o governo quer evitar
-ou ao menos encontrar meios
para amenizar seus efeitos.
Nos últimos dias, integrantes
desses movimentos invadiram
uma carvoaria da Vale, no Maranhão, bloquearam uma ferrovia da mineradora, no interior
de Minas Gerais, e montaram
acampamento em frente ao
canteiro de obras da hidrelétrica de Estreito (MA).
O monitoramento dos serviços de inteligência aos movimentos sociais é antigo. Diante
de uma alegada precaução econômica, tal ação desta vez será
feita às claras, inclusive com a
participação de ministérios.
O primeiro passo, em curso e
sob a coordenação do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência, é identificar os pontos prioritários de infra-estrutura do país, no caso,
instalações, serviços ou bens
que, se de alguma forma forem
destruídos ou interrompidos,
irão provocar impacto social,
econômico, político, internacional ou à segurança nacional.
Concluída essa identificação,
o segundo passo do governo será traçar um plano específico
de ação para cada um deles, a
depender sempre do grau de
vulnerabilidade e de risco encontrado no local. Essa estratégia pode incluir o aumento da
segurança local, o deslocamento de tropas do Exército e a
criação de rotas alternativas,
no caso de uma rodovia bloqueada, por exemplo.
Exemplo: o governo identifica que determinado ponto de
uma rodovia, usada para o escoamento de uma carga específica, tem sido alvo de bloqueios
de sem-terra e que, nas imediações, não existe uma base militar. Dá-se início então a uma
ação que pode incluir a fixação
de uma base do Exército nas
imediações e/ou a abertura de
estradas vicinais que sejam
usadas como rotas de fuga em
caso de novas barricadas.
Para evitar novas invasões de
hidrelétricas, a idéia do GSI é
que as usinas sejam orientadas
a reforçar a segurança e a criar
salas de comando alternativas.
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e
o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) informaram que, por ora, preferem não
comentar o plano do governo.
Grupos ministeriais
A vigília aos movimentos sociais é só um braço de um plano
nacional para evitar apagões
em áreas prioritárias.
Segundo portaria do GSI do
mês passado, serão criados os
GTSICs (Grupos Técnicos de
Segurança de Infra-estruturas
Críticas), formados por representantes do GSI, de ministérios e de entidades. Os grupos
vão propor ações nas áreas
prioritárias.
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