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Dividido, PT gaúcho escolhe candidato
Partido vê aliados históricos, como PSB e PDT, anteciparem apoio a nomes como Manuela D'Ávila e Luciana Genro
A deputada federal Maria do Rosário e o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto disputam as prévias, que ocorrem hoje
GILMAR PENTEADO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Rachado, com debates internos que provocaram bate-boca
entre militantes, o PT de Porto
Alegre realiza hoje prévias para
escolher seu candidato à prefeitura. O partido, que vê aliados
históricos, como PSB, PV, PDT
e PTB, anteciparem apoio a outros candidatos, pretende reunir mais de 4.000 filiados para
escolher um nome para tentar
recuperar a administração que
ajudou a projetar o PT no país.
Os petistas administraram
Porto Alegre de 1989 a 2004.
Entre os prefeitos, políticos
que tiveram projeção nacional
como o ex-ministro das Cidades Olívio Dutra e o ministro da
Justiça, Tarso Genro. A hegemonia petista foi quebrada pelo
atual prefeito, José Fogaça
(PMDB), depois de um desgaste das administrações petistas
na capital gaúcha.
Para recuperar a prefeitura
que se tornou símbolo do PT no
país, o partido realizou uma
disputa interna com as pré-candidaturas do ex-ministro de
Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto, 47, e da deputada federal Maria do Rosário, 41.
Ex-ministro e ex-vice-governador do Rio Grande do Sul na
gestão Olívio Dutra, Rossetto
integra a corrente Democracia
Socialista, hegemônica no Estado. Ele tem o apoio de líderes
da legenda, como os ministros
Tarso Genro e Dilma Rousseff.
Experiente no Poder Legislativo -está no segundo mandato de deputada federal-, mas
sem passagem pelo Executivo,
Maria Rosário, da corrente Movimento PT, aparece na frente
de Rossetto nas projeções da
disputa pela prefeitura, como a
verificada na última pesquisa
Datafolha, em dezembro de
2007. Fogaça é o preferido.
Nos quatro debates fechados
promovidos pelo PT -a imprensa não podia entrar-, houve discussão e bate-boca entre
militantes das duas candidaturas. Apoiadores de Maria do
Rosário chegaram a se infiltrar
nas reuniões realizadas por
Rossetto, o que gerou uma denúncia à direção do partido.
"[As discussões] são acaloradas. As pessoas se empolgam,
mas esse processo fortalece o
partido", afirmou José Carlos
da Conceição, secretário de organização do PT de Porto Alegre, que nega que o partido esteja rachado. A votação ocorre
das 9h às 17h. O resultado só será conhecido depois das 21h.
Enquanto passa pela disputa
interna, o PT assiste a aliados
históricos declararem apoio a
outras coligações. Líderes do
PSB, por exemplo, já se posicionaram a favor da candidatura
da deputada federal Manuela
D'Ávila (PC do B).
O PV está próximo do PSOL,
que traz Luciana Genro como
sua candidata. Setores do PDT
e o PTB conversam com o atual
prefeito José Fogaça, que deve
concorrer à reeleição.
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