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Justiça conta 540 mil bens apreendidos neste ano
Entre carros, barcos, aviões e pedras preciosas, valor estimado é de R$ 57 mi
Contagem começou a ser feita no início do ano numa estratégia para combate a corrupção; bens deverão ser vendidos em leilão público
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça brasileira determinou a apreensão de quase 542
mil bens -carros, barcos,
aviões e pedras preciosas, por
exemplo- entre o início de janeiro deste ano e a última sexta-feira, com um valor estimado em mais de R$ 57 milhões.
As informações, obtidas pela
Folha, fazem parte do primeiro
balanço do Sistema Nacional
de Bens Apreendidos, criado
em dezembro do ano passado
pelo CNJ (Conselho Nacional
de Justiça) para monitorar as
apreensões realizadas em operações policiais.
A criação do sistema, que pode ser consultado on-line por
juízes, decorreu de uma meta
estabelecida pela Estratégia
Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, organizada pelo Ministério
da Justiça. Para o coordenador
do sistema, juiz Rubens Curado, os dados -principalmente
os valores- são "surpreendentes", mas representam apenas a
"ponta de um iceberg" de um
"tesouro" que o Judiciário tem
em mãos.
As apreensões ficam guardadas até o final do processo do
qual fazem parte, quando o juiz
pode declarar a perda do bem e
determinar o seu leilão ou sua
utilização para fins públicos.
Do início de janeiro até a última semana, foram apreendidos
uma aeronave, quatro imóveis,
1.224 carros, 1.975 pedras ou
metais preciosos, seis itens que
continham material biológico e
32,2 mil armas. Somente na
Justiça de São Paulo encontram-se cerca de 70% de todas
as apreensões, ou 377.097 bens.
Segundo Curado, os valores e
a quantidade revelam a necessidade de uma "melhor gestão"
de todo o material apreendido,
para que o dinheiro arrecadado
possa ser utilizado no combate
ao crime. "Fazer isso é uma forma inteligente de usar o dinheiro da criminalidade para combater a criminalidade", disse.
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