São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009

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Justiça conta 540 mil bens apreendidos neste ano

Entre carros, barcos, aviões e pedras preciosas, valor estimado é de R$ 57 mi

Contagem começou a ser feita no início do ano numa estratégia para combate a corrupção; bens deverão ser vendidos em leilão público


FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça brasileira determinou a apreensão de quase 542 mil bens -carros, barcos, aviões e pedras preciosas, por exemplo- entre o início de janeiro deste ano e a última sexta-feira, com um valor estimado em mais de R$ 57 milhões.
As informações, obtidas pela Folha, fazem parte do primeiro balanço do Sistema Nacional de Bens Apreendidos, criado em dezembro do ano passado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para monitorar as apreensões realizadas em operações policiais.
A criação do sistema, que pode ser consultado on-line por juízes, decorreu de uma meta estabelecida pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, organizada pelo Ministério da Justiça. Para o coordenador do sistema, juiz Rubens Curado, os dados -principalmente os valores- são "surpreendentes", mas representam apenas a "ponta de um iceberg" de um "tesouro" que o Judiciário tem em mãos.
As apreensões ficam guardadas até o final do processo do qual fazem parte, quando o juiz pode declarar a perda do bem e determinar o seu leilão ou sua utilização para fins públicos.
Do início de janeiro até a última semana, foram apreendidos uma aeronave, quatro imóveis, 1.224 carros, 1.975 pedras ou metais preciosos, seis itens que continham material biológico e 32,2 mil armas. Somente na Justiça de São Paulo encontram-se cerca de 70% de todas as apreensões, ou 377.097 bens.
Segundo Curado, os valores e a quantidade revelam a necessidade de uma "melhor gestão" de todo o material apreendido, para que o dinheiro arrecadado possa ser utilizado no combate ao crime. "Fazer isso é uma forma inteligente de usar o dinheiro da criminalidade para combater a criminalidade", disse.


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