São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009

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Grupo de trabalho para G20 deve ter mais países

Segundo assessor de Lula, debate envolve parceiros

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Um dia após o encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, na Casa Branca, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou ontem em Nova York que o grupo de trabalho que deverá ser formado com os Estados Unidos em preparação para a reunião do G20 não será o único.
Haverá outros grupos com "países com os quais o Brasil tem mais afinidade, para podermos chegar o mais apurados possível" ao encontro, disse.
O assessor reforçou a posição do presidente Lula de que o problema principal a ser resolvido no G20 "é saber como vai ser coordenada a ação no interior de cada um dos países com aquela que tem que ser tomada globalmente". "Como o presidente disse ontem, o pepino maior está aqui [nos EUA]."
O próximo encontro do G20, no início de abril em Londres, reunirá países ricos e os principais em desenvolvimento para discutir uma resposta coordenada à crise financeira global e a reforma das regulamentações aos mercados.
A fala de Garcia sobre novos grupos de trabalho foi entendida como um recado para acalmar parceiros brasileiros na América do Sul, por ter relativizado a importância estimada do trabalho com o presidente Obama. Ele não citou quais países seriam contemplados.
O assessor minimizou o fato de o encontro entre os dois líderes não ter terminado com acordos formais, principalmente a respeito da taxação do álcool brasileiro nos EUA.
"Nosso interesse era basicamente discutir relações bilaterais, nossa visão do quadro latino-americano e energia. O fato de ontem [sábado] não ter sido resolvido o corte das alíquotas para combustíveis é absolutamente secundário."
Segundo Garcia, é "evidente" que a questão da taxação "não seria resolvida num sábado de manhã no Salão Oval". Mas ele afirmou ter sido importante evocar o assunto, e disse que também tratou do tema em encontros que manteve em Washington. Para o assessor, o protecionismo, uma das maiores preocupações brasileiras, deverá diminuir, facilitando assim a queda das alíquotas ao combustível.
Até o fechamento desta edição, Lula não havia deixado o Hotel Plaza, onde está hospedado em Nova York. No local, ele participará hoje do seminário "Brasil: Parceiro Global em uma Nova Economia" ao lado dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Dilma Rousseff, dos presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, do BNDES, Luciano Coutinho, e da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, entre outros.


Colaborou FERNANDO CANZIAN , de Nova York


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