São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2004

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AGENDA NEGATIVA

Ofício da direção do órgão anuncia desconto dos dias parados

PF vai punir grevistas e pede auxílio às demais polícias

Nestor Miller/"A Gazeta de Vitoria"
Manifestação de policiais federais e mães de vítimas da violência durante entrega de carros para a Polícia Militar em Vitória (ES)


LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal encaminhou um ofício às suas unidades estaduais afirmando que será feito o desconto dos dias parados dos funcionários em greve e que irá utilizar as polícias Rodoviária, Civil e Militar para dar andamento a "operações policiais pendentes".
O diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, diz no texto que, "além de contar com servidores das categorias que não fazem parte do movimento e com aqueles que não aderiram à greve, passaremos a solicitar, sempre que possível, o apoio das polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar".
Segundo o Ministério da Justiça e a assessoria de imprensa da PF, a colaboração entre as polícias é um procedimento rotineiro e será utilizado somente nos casos de ajuda operacional, não havendo substituição de funções.
O ministério afirma que serão descontados 21 dias do próximo pagamento da categoria, que acontecerá no dia 2 de maio. O órgão ainda não possui o número de funcionários que serão atingidos. A assessoria de imprensa afirmou que o governo tentará derrubar liminares que impedem o desconto dos dias parados em sete Estados -Maranhão, Santa Catarina, Rondônia, Acre, Rio Grande do Sul, Tocantins e Rio Grande do Norte. A categoria está em greve desde o dia 9 de março.
Segundo Francisco Garisto, presidente da Fenapef (Federação Nacional de Policiais Federais), as "ameaças" são apenas para tentar "intimidar" os grevistas, principalmente os mais novos, mas afirma que o movimento não cederá.
Ele diz que o movimento já obteve na Justiça a proibição de corte de ponto em 12 Estados -a relação estava sendo feita. "Ganharemos nos demais Estados. Aí, eu quero ver o que o governo vai fazer. A greve é um direito legal."
A categoria afirma que o governo desrespeita uma lei de 1996. Eles alegam ter direito a salários de nível superior, mas recebem vencimentos de nível médio. O governo contesta. Diz que os salários já foram reajustados.
Segundo o Ministério da Justiça, os grevistas querem um aumento de 85%, o que causaria um gasto de R$ 600 milhões.
Em Manaus, parte dos cem policiais federais que participaram da Operação Matusalém furaram a greve para prender 12 acusados de fraudar o INSS (leia texto nesta página). Durante a ação, 50 grevistas fizeram um apitaço em frente à sede da superintendência regional da PF. "Grevistas plantam e pelegos colhem", dizia uma faixa da manifestação.

Servidores
A partir de hoje, começa uma série de assembléias de categorias de servidores públicos. O governo ofereceu aumentos de 9,5% a 29,38% para os servidores aposentados e de 12,85% a 32,27% para os da ativa. Ocorre que diversas categorias negociam à parte.


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