São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2004

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Ministro é alvo de protestos no ES

TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

Um grupo de cerca de 200 pessoas, entre policiais federais e familiares de vítimas da violência, organizou um protesto contra o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, durante a visita dos dois a Vitória (ES), ontem.
Policiais federais, em greve desde o mês passado, e mães de vítimas da violência promoveram um apitaço na cerimônia de entrega de veículos e equipamentos para o governo do Estado.
Durante o discurso de Thomaz Bastos, os policiais federais, que usavam fantasias de palhaço e narizes vermelhos, ficaram de costas para o palanque oficial. O ministro foi vaiado durante todo o discurso. O governador Paulo Hartung (PSB-ES) interrompeu a cerimônia e tomou o microfone para pedir que o público permitisse que o ministro concluísse a fala.
"Eu peço, encarecidamente, respeito para ouvir um homem que tem história neste país. O ministro Márcio Thomaz Bastos precisa falar. Vamos conter os ânimos agora. Depois, podem gritar", pediu Hartung ao microfone.
Ao deixar o evento, o carro em que estavam as autoridades foi cercado pelos manifestantes.
Thomaz Bastos e Corrêa entregaram 309 carros e 140 motocicletas ao Estado. Segundo o governo, foram investidos R$ 12 milhões.
A presidente da Associação das Mães e Familiares das Vítimas de Violência, Maria das Graças Nacort, criticou o governo pela morosidade na solução de casos de assassinatos supostamente cometidos por policiais. "Entreguei um documento ao ministro pedindo que afaste policiais que respondem a processos por assassinato."
A associação espalhou cartazes com fotos das pessoas que teriam sido mortas por policiais pela praça dos Namorados, onde foi realizada a entrega dos veículos.
Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, as manifestações são um ato democrático.

Encontro
Após o evento, Thomaz Bastos e Corrêa discutiram com Hartung, na sede do governo estadual, as ações do Gabinete de Gestão Integrada, que substituiu a força-tarefa federal formada para combater o crime organizado no Estado.


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