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Ministro é alvo de protestos no ES
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
Um grupo de cerca de 200 pessoas, entre policiais federais e familiares de vítimas da violência,
organizou um protesto contra o
ministro Márcio Thomaz Bastos
(Justiça) e o secretário nacional de
Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, durante a visita dos
dois a Vitória (ES), ontem.
Policiais federais, em greve desde o mês passado, e mães de vítimas da violência promoveram
um apitaço na cerimônia de entrega de veículos e equipamentos
para o governo do Estado.
Durante o discurso de Thomaz
Bastos, os policiais federais, que
usavam fantasias de palhaço e narizes vermelhos, ficaram de costas
para o palanque oficial. O ministro foi vaiado durante todo o discurso. O governador Paulo Hartung (PSB-ES) interrompeu a cerimônia e tomou o microfone para pedir que o público permitisse
que o ministro concluísse a fala.
"Eu peço, encarecidamente, respeito para ouvir um homem que
tem história neste país. O ministro Márcio Thomaz Bastos precisa falar. Vamos conter os ânimos
agora. Depois, podem gritar", pediu Hartung ao microfone.
Ao deixar o evento, o carro em
que estavam as autoridades foi
cercado pelos manifestantes.
Thomaz Bastos e Corrêa entregaram 309 carros e 140 motocicletas ao Estado. Segundo o governo,
foram investidos R$ 12 milhões.
A presidente da Associação das
Mães e Familiares das Vítimas de
Violência, Maria das Graças Nacort, criticou o governo pela morosidade na solução de casos de
assassinatos supostamente cometidos por policiais. "Entreguei um
documento ao ministro pedindo
que afaste policiais que respondem a processos por assassinato."
A associação espalhou cartazes
com fotos das pessoas que teriam
sido mortas por policiais pela praça dos Namorados, onde foi realizada a entrega dos veículos.
Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, as manifestações
são um ato democrático.
Encontro
Após o evento, Thomaz Bastos e
Corrêa discutiram com Hartung,
na sede do governo estadual, as
ações do Gabinete de Gestão Integrada, que substituiu a força-tarefa federal formada para combater
o crime organizado no Estado.
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