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CAMPO MINADO
Para Aécio Neves, ações dos sem-terra preocupam governadores; Alckmin cobra ajuda do presidente
Governador de Minas critica "tranqüilidade" de Lula com invasões
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de Minas, Aécio
Neves (PSDB), defendeu ontem a
medida provisória antiinvasão de
propriedades, formulada na gestão FHC e renegada pelo governo
Lula, e criticou o que chamou de
certa tranqüilidade da gestão do
PT quanto às invasões de terras
por parte do MST. Para Aécio, isso preocupa os governadores.
"Preocupa-nos a questão das
invasões e uma certa tranqüilidade do governo em relação a essa
questão", disse, acrescentando
que a onda de invasões feitas pelo
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) será um
dos temas que os governadores
discutirão no dia 26, em Brasília.
"Preocupa não a Minas em especial, porque aqui não tem sido
foco maior dessas invasões, mas é
uma questão que preocupa ao
país, e nos preocupa sobretudo os
seus desdobramentos", afirmou.
Em Minas, o MST, dentro do
"abril vermelho" anunciada pelo
movimento, já invadiu três fazendas e apoiou uma outra ação realizada por quilombolas. Também
o MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade) fez uma invasão.
Sobre o fato de o governo Lula
considerar sem eficácia a medida
editada em 2000 pela gestão tucana, Aécio disse: "Apoiei a proposta que impedia vistorias com o
objetivo de desapropriação de
terras invadidas. Aquilo permitiu
certo ordenamento no processo e
na relação com os sem-terra."
A MP proíbe por dois anos as
vistorias em terras invadidas.
Para Aécio, o fundamental agora é o governo colocar de forma
"clara para a sociedade qual o
projeto de reforma agrária". "Todos nós consideramos a questão
essencial, mas ela não pode ser
feita à margem da lei. E, aqui em
Minas, a lei vai ser cumprida."
Alckmin
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cobrou
ajuda do governo federal para agilizar a reforma agrária no Estado.
Ele se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes da abertura da 18ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.
Alckmin disse que o governo do
Estado tem enfrentado problemas com a Justiça, que precisa julgar as ações declaratórias (nas
quais o juiz declara a autenticidade ou falsidade de um documento) antes de conceder a imissão de
posse da área. Segundo o governador, essas terras somam cerca
de 6 mil hectares somente na região do Pontal do Paranapanema.
Porém, para a efetivar o negócio
é preciso pagar com Títulos da Dívida Agrária (TDAs). "A terra não
se paga com dinheiro, mas com
TDAs, e quem tem as TDAs é o
governo federal", disse. Alckmin
afirmou que convidará o ministro
Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) para vir discutir
formas de acelerar o processo.
(PAULO PEIXOTO e CHICO DE GOIS)
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