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Requião apóia ações dos sem-terra e
diz que mídia sataniza movimento
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), foi aplaudido ontem cinco vezes durante
discurso pró-MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) a 4.000 sem-terra que participam de encontro em Curitiba.
No final, tirou fotos e distribuiu
autógrafos a participantes. "O
MST é saúde, doente é a sociedade", disse o governador à platéia
que movimentava bonés e bandeiras do movimento. Ele também se manifestou a favor das invasões de terra: "Ocupar um pedaço de terra para plantar: que
horror, diz a direita. Ocupar um
pedaço de terra para levantar às
5h da manhã [...] é o contrário da
greve, é a greve pelo trabalho".
Disse que o movimento só não
tem no governador do Paraná um
militante devido às limitações do
cargo: "Mas quero que me considerem um companheiro, aquele
que na mesa reparte o pão [...] e
não vai ser o fato de haver eleição
[neste ano], o peso da lei e a pressão da mídia que me farão desertar de meus ideais e convicções".
Requião se disse "emocionado"
por falar à platéia dos sem-terra.
"O MST é uma demonstração clara da saúde social do Brasil, e a
passividade, a frouxidão e o conformismo não agüentam a saúde", disse, ao criticar as reações da
sociedade à onda de invasões.
"Considero esse movimento uma
bênção de Deus para o Brasil."
Ele anunciou que pretende promover no Paraná um festival de
música pela reforma agrária, como forma de "acabar com a visão
satânica" que diz que a mídia tem
adotado em relação às ações do
MST. Para o governador, a cobertura "só divulga os confrontos e as
catástrofes". E para contrapor a
"satanização", disse que coloca a
TV e a rádio do governo estadual
"à disposição da exibição dos
bons projetos" do movimento.
Desde que assumiu o governo,
Requião tem sido um aliado do
MST. O coordenador do movimento João Pedro Stedile confirma isso. Neste mês, só uma área
foi invadida no Estado e em seguida desocupada. Em 2003, o governador não destacou força policial
para conter a invasão dos pedágios de rodovias pelos sem-terra.
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