São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Termômetro

Segundo pesquisa telefônica feita para o DEM, 46% dos paulistanos consideram ótima ou boa a administração de Gilberto Kassab. O percentual é o mesmo registrado pelo governo Lula na cidade e ligeiramente inferior ao conferido à gestão da petista Marta Suplicy (2001-2004), 48%. O governo estadual, comandado pelo tucano José Serra, obteve 43% de ótimo/bom no levantamento, realizado nos dias 1º e 2 de abril pelo Ipespe, do cientista político Antônio Lavareda.
Os "demos" apontam o ótimo/bom do prefeito, que em julho passado era de apenas 31%, como sinal do potencial de crescimento do candidato, hoje atrás dos líderes Marta e Geraldo Alckmin (PSDB) no Datafolha. Ela também melhorou: tinha 38% em agosto.



Metade. Kassab obteve 15% de ruim/péssimo, contra 30% de Marta. A avaliação negativa, nesta fase de pré-campanha, funciona como uma espécie de taxa de rejeição.

Te conheço. Na reunião de cúpula demo-tucana, anteontem em São Paulo, FHC opinou que Lula, por ter "espírito conservador", tende a não se lançar na aventura do terceiro mandato. Mas acrescentou que seu sucessor "joga em águas turvas" e pode cair em tentação caso surja a oportunidade de mudar as regras.

Next, please. Quase não houve debate antes da aprovação do veto do PT à tese do terceiro mandato na reunião da cúpula do partido ontem. Dirigentes afirmam que o objetivo é pôr logo um ponto final nessa história a fim de começar a construir um novo nome do partido para 2010.

Vade retro! Trecho final da nota divulgada pela Executiva do PT ao término da reunião: "A aprovação popular do presidente Lula (...) não nos incentiva a repetir a manobra antidemocrática de FHC, PSDB e PFL (atual Demo) na década passada".

Embalos de terça. Os deputados que adentravam o cafezinho da Câmara na tarde de ontem eram surpreendidos pela nova iluminação indireta, em tons de azul, que conferia ao ambiente ares de discoteca. "Agora só falta instalar um globo no teto", brincou um tucano.

Aos fatos. Lula telefonou ontem para o presidente da Embrapa, Silvio Crestana, em busca de dados, muitos dados. Quer "rebater com argumentos" a ofensiva, que inclui do Banco Mundial à CNBB, contra os biocombustíveis.

Paro ou continuo? No encontro de cúpula demo-tucano, a presidente da CPI mista dos Cartões, Marisa Serrano (PSDB-MS), quis saber de uma vez por todas se deveria seguir adiante ou encerrar a investigação. Disseram-lhe para tocar o barco.

Pura polpa. Ao avaliar o potencial do caso dos cartões, tucanos e "demos" concordaram em que o relatório do TCU será o filé mignon da investigação. Ontem, comemoravam o acesso, ainda que limitado, a esses documentos.

Só assim. O governo, que ontem enviou mais 1.235 caixas de papel à CPI, rebate a queixa dos parlamentares de que seria mais fácil receber tudo em arquivos digitais. Segundo o Executivo, eles não existem. O registro de gastos com suprimento de fundos nos ministérios está todo armazenado em papel.

Limite. José Serra sancionou lei que proíbe o servidor paulista de usar mais de seis atestados médicos por ano. Segundo o governo, 30 mil professores (13% da rede de ensino) faltam diariamente.

Visita à Folha. Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Geraldo Júlio, secretário de Planejamento, Evaldo Costa, secretário de Comunicação, e Edson Barbosa, assessor.

Tiroteio

Dilma posa de Capitão Nascimento no Planalto, mas, diante do Congresso, age como Zero Dois.

Do deputado LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR), comparando a reticência da ministra em prestar esclarecimentos sobre o caso do dossiê à atitude do soldado de "Tropa de Elite" que não resiste ao treinamento e "pede pra sair" do Bope.

Contraponto

Os russos

Acompanhado de deputados e sindicalistas, o governador José Roberto Arruda foi ao Ministério do Planejamento, na semana passada, para pedir que o aumento dos policiais militares do Distrito Federal saísse por meio de medida provisória, de modo a acelerar o processo.
Meio sério, meio brincando, o ministro Paulo Bernardo expôs sua dificuldade ao grupo:
-Vocês sabem como é... O Congresso está nos pressionando a não editar mais nenhuma MP neste semestre...
Arruda, que é do DEM, mostrou-se compreensivo:
-Sei, o meu partido... Quer que eu fale com ACM Neto?
-Seria de grande utilidade!-, respondeu o ministro.


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