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Comissão Pastoral da Terra critica os biocombustíveis
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No balanço anual sobre conflitos no campo em 2007, a CPT
(Comissão Pastoral da Terra)
criticou a produção de biocombustíveis, uma das principais
bandeiras do governo Lula, alegando que a política ameaça a
segurança alimentar e a agricultura familiar, além de fortalecer a concentração de renda.
Segundo a organização, ligada à Igreja Católica, o avanço do
agronegócio, em especial cultivos de cana e soja, favorece o
agravamento dos problemas no
campo, que, apesar disso, diminuíram em 2007, em comparação com o período anterior.
No ano passado, a CPT registrou 28 mortes no campo, contra 39 em 2006. Quanto ao número de conflitos, a queda foi
menor (7%): 1.538 no ano passado, ante 1.657 em 2006. O Sudeste foi a única região em que
as ocorrências aumentaram.
O Pará segue com o maior
número de conflitos no campo,
mas os assassinatos diminuíram, de 24, em 2006, para 5, no
ano passado. A razão da queda,
diz a CPT, pode estar em ações
do Estado após a morte de Dorothy Stang, em 2005.
Outros Estados, contudo, tiveram aumento no número de
mortes, como Mato Grosso do
Sul e Goiás, com dois assassinatos cada um -não houve registro em 2006. "Há relação entre
piora de condições trabalhistas
e modernização da produção",
diz d. Tomás Balduíno, da CPT.
Daí a afirmação de que o
crescimento da produção do álcool no Sudeste coincide com o
aumento de casos de trabalhadores em situação degradante.
O número de envolvidos nas
questões do campo e a atuação
de movimentos sociais também caiu. "Tudo por causa de
programas como o Bolsa Família", afirma d. Tomás Balduíno.
Em 1998, último ano do primeiro governo FHC, mais de 1,1 milhão de pessoas estavam envolvidas em conflitos. Em 2007,
foram quase 800 mil -pouco
superior ao de 2006.
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