São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Comissão Pastoral da Terra critica os biocombustíveis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No balanço anual sobre conflitos no campo em 2007, a CPT (Comissão Pastoral da Terra) criticou a produção de biocombustíveis, uma das principais bandeiras do governo Lula, alegando que a política ameaça a segurança alimentar e a agricultura familiar, além de fortalecer a concentração de renda.
Segundo a organização, ligada à Igreja Católica, o avanço do agronegócio, em especial cultivos de cana e soja, favorece o agravamento dos problemas no campo, que, apesar disso, diminuíram em 2007, em comparação com o período anterior.
No ano passado, a CPT registrou 28 mortes no campo, contra 39 em 2006. Quanto ao número de conflitos, a queda foi menor (7%): 1.538 no ano passado, ante 1.657 em 2006. O Sudeste foi a única região em que as ocorrências aumentaram.
O Pará segue com o maior número de conflitos no campo, mas os assassinatos diminuíram, de 24, em 2006, para 5, no ano passado. A razão da queda, diz a CPT, pode estar em ações do Estado após a morte de Dorothy Stang, em 2005.
Outros Estados, contudo, tiveram aumento no número de mortes, como Mato Grosso do Sul e Goiás, com dois assassinatos cada um -não houve registro em 2006. "Há relação entre piora de condições trabalhistas e modernização da produção", diz d. Tomás Balduíno, da CPT.
Daí a afirmação de que o crescimento da produção do álcool no Sudeste coincide com o aumento de casos de trabalhadores em situação degradante.
O número de envolvidos nas questões do campo e a atuação de movimentos sociais também caiu. "Tudo por causa de programas como o Bolsa Família", afirma d. Tomás Balduíno. Em 1998, último ano do primeiro governo FHC, mais de 1,1 milhão de pessoas estavam envolvidas em conflitos. Em 2007, foram quase 800 mil -pouco superior ao de 2006.


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