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CAMPO MINADO
Testemunha reafirma que líder do MST era dono de espingarda
Motorista volta a incriminar Rainha
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TEODORO SAMPAIO
Em depoimento ontem ao juiz
Athis de Araújo Oliveira, de Teodoro Sampaio (São Paulo), o motorista José Luiz Silva Santos incriminou o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) José Rainha Jr., 41, pela posse ilegal de uma arma.
Rainha está preso desde 25 de
abril por porte ilegal de uma espingarda CBC 12 de cano curto,
de uso restrito. O líder dos sem-terra nega ser o dono da arma.
Entre seis testemunhas de acusação e quatro de defesa de Rainha, o depoimento em juízo de
Santos, um ex-segurança de fazendeiros que se tornou amigo do
sem-terra, era o mais esperado.
No primeiro depoimento depois de ser preso com Rainha, registrado em termo de ocorrência
da Polícia Militar, Santos reivindicou para si a posse da espingarda.
Depois, em depoimento à Polícia Civil de Euclides da Cunha,
disse ser Rainha o dono da arma.
Disse também que Rainha usara o
seu carro, por empréstimo, por
toda a manhã de 25 de abril.
Ao receber o carro de volta, Santos teria notado a arma, e disse
que Rainha teria afirmado que
usava a espingarda "por medo de
novos ataques". Em janeiro, Rainha levou um tiro nas costas ao
sair de uma fazenda invadida.
Ontem, ao juiz, Santos reafirmou ser Rainha o dono da arma e
disse que o carro não era seu, mas
da cooperativa do MST em Teodoro Sampaio. Os advogados Hamiltom Belloto Henriques e Suzana Paim Figueiredo, que defenderam Rainha, saíram revoltados da
sala do juiz.
Depois da audiência de ontem,
Ministério Público e defesa podem arrolar novas testemunhas
de fora da comarca e fazer as suas
alegações finais antes da decisão
do juiz. Segundo Suzana, o juiz foi
parcial ao inquirir as testemunhas
e mostrou intenção deliberada de
incriminar Rainha.
O promotor Marcelo Crete disse
que "tecnicamente, todo o processo é legal". Ele voltou ontem a
dar parecer favorável à libertação
de Rainha. O pedido foi negado
pelo juiz.
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