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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
PFL reclama de manutenção do secretário de Segurança, exigência feita por Alckmin, e quer dividir responsabilidade de Lembo com PSDB
PCC abre nova crise entre tucanos e pefelistas
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas da escolha do candidato a vice da chapa de Geraldo
Alckmin à Presidência, uma nova
crise abalou ontem o relacionamento entre tucanos e pefelistas
em São Paulo, alimentada pelos
atentados da facção criminosa
PCC no Estado. A onda de violência também deixou em alerta o
comando das campanhas de
Alckmin e de José Serra, candidato tucano ao governo de SP. Ambas temem "radicalização" do PT
nos ataques à área da segurança.
A ala do PFL desde o início contrária à manutenção dos tucanos
Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança) e Nagashi Furukawa
(Administração Penitenciária) na
gestão Cláudio Lembo voltou à
carga ontem e quer que o PSDB
divida publicamente com o governador os prejuízos à imagem
do pefelista e de seu partido por
conta dos atentados. Mas os tucanos próximos a Serra e Alckmin
dizem não aceitar a hipótese.
O comando da campanha de
Alckmin a presidente quer vê-lo
afastado do epicentro da crise,
ainda que a manutenção de Saulo,
homem da confiança do tucano, e
de Furukawa tenha sido um pedido do ex-governador, de quem
Lembo herdou o cargo em 1º de
abril. O PFL deve indicar até o final de semana o vice de Alckmin.
Ontem, os pefelistas paulistas diziam que, caso a crise na segurança persista, poderá não haver "clima" para a escolha.
Os três nomes do PFL com direito a voto na escolha do vice são
justamente Lembo, Gilberto Kassab, prefeito da capital, e Rodrigo
Garcia, presidente da Assembléia.
Dos nove deputados do PFL na
Assembléia, pelo menos cinco
eram contra a idéia da manutenção de Saulo. Os nomes do partido para o cargo eram Romeu Tuma (SP) e o adjunto da Segurança,
Marcelo Martins de Oliveira.
Em março, a ala do líder do PFL
na Câmara, Rodrigo Maia (RJ),
disse a Lembo que não gostaria de
ver o ex-secretário Gabriel Chalita, outro nome de confiança de
Alckmin, na Educação.
Ontem, Alckmin observou distância regulamentar da crise. Tucanos próximos a ele arriscavam
palpites que, se houver um grande
prejudicado, ele deverá ser Serra.
Avaliações preliminares dos tucanos davam conta de que, a
exemplo do que fez em 2002, o PT
vai endurecer nas críticas à segurança. Naquela eleição, José Genoino chegou a utilizar o bordão
malufista de "Rota na rua" na
campanha contra Alckmin.
Apesar de defender publicamente Saulo, o grupo ligado a José
Serra sempre fez ressalvas à sua
política. Um parlamentar ligado
ao ex-prefeito avalia que, dependendo da evolução da crise, o candidato ao governo poderá até se
pronunciar publicamente contra
a manutenção de Saulo no cargo,
caso ele vença a eleição.
Ontem à noite, o grupo próximo a Alckmin já admitia que a situação de Furukawa tornara-se
insustentável. O PFL teria informado o candidato tucano que ele
deverá deixar a Administração
Penitenciária.
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