São Paulo, domingo, 16 de maio de 2010

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PT e PMDB travam guerra judicial na Bahia

Desde a ruptura entre Geddel Vieira Lima e Jaques Wagner, em agosto passado, os partidos já moveram 17 ações entre si

Dilma vai participar hoje do lançamento da candidatura de petista, mas promete que também irá ao evento de seu rival peemedebista


MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Aliados no âmbito nacional em torno da pré-candidatura da petista Dilma Rousseff à Presidência, PT e PMDB transformaram o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Bahia, Estado onde são adversários, num palco de guerra jurídica por denúncias de suposta propaganda eleitoral antecipada.
Um levantamento feito pela reportagem mostra que, desde a saída do PMDB da base do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), em agosto do ano passado, os partidos já moveram 17 ações entre si.
Das 12 representações do PMDB, 9 tiveram como alvo a propaganda institucional do governo e três, o PT. A maioria das ações ocorreu neste ano. "O governo do Estado está gastando mais neste ano com propaganda para promover Jaques Wagner como candidato à reeleição. Isso é um absurdo", disse o pré-candidato do PMDB, Geddel Vieira Lima.
Segundo Robinson Almeida, secretário estadual da Comunicação, se o governo baiano gastar neste ano em publicidade o mesmo que no ano passado (R$ 111 milhões), a média dos quatro anos de gestão (R$ 80 milhões) será menor que a do antecessor, o ex-governador democrata Paulo Souto (R$ 97,8 milhões, corrigida a inflação).
"As ações do PMDB se caracterizam muito mais como uma luta político-eleitoral do que uma argumentação jurídica. É por isso que nenhuma ação do PMDB contra o governo foi acolhida pelo TRE", disse.
Em meio a esse clima, Dilma desembarca hoje em Salvador para prestigiar o encontro do PT que lançará oficialmente Wagner à reeleição. Sem saber ainda como administrar os dois palanques, aliados da pré-candidata se apressaram em dizer que ela também irá ao evento de Geddel, caso ele a convide.
Dilma já havia sugerido reuni-los no mesmo palanque, como Lula fez em 2006 com PT e PSB (na época, aliados nacionais e adversários estaduais) em Pernambuco, mas a hipótese foi rechaçada pelos partidos.
As representações de PT e PMDB baianos envolvem, inclusive, a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apoia as duas candidaturas. Nesta semana, o PT foi proibido, em caráter liminar, de veicular um comercial partidário de TV no qual Jaques Wagner aparecia ao lado de Lula.
Em fevereiro, Geddel sofreu derrota por vídeo semelhante com Lula e foi condenado pelo TRE a pagar multa de R$ 15 mil por propaganda eleitoral antecipada. O partido recorreu.
Até o momento, o PMDB já foi obrigado a suspender edições do jornal partidário, distribuição de adesivos, comerciais de TV e outdoors.
A Bahia é o Estado com maior número de representações da Procuradoria Regional Eleitoral -47, até agora. Segundo o TSE, a média no país é de sete processos por Estado.
"Todas as propagandas partidárias de TV deste ano configuram antecipação de campanha", disse o procurador regional eleitoral Sidney Madruga.


Colaborou RANIER BRAGON, da Sucursal de Brasília


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