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Dízimo de filiado a partido é cada vez menor
Contribuição cobrada por siglas sobre salário de servidores e congressistas caiu de R$ 8,4 mi em 2007 para R$ 6,5 mi em 2009
Resolução do TSE que veta pagamento de chefes no setor público é apontada como causa; PT é a legenda que mais deixou de receber
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os quatro principais partidos
do país arrecadam cada vez menos com o polêmico dízimo, um
percentual cobrado sobre o salário de congressistas, servidores e filiados em geral.
A principal causa da redução
foi uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de
2007, que teve efeito principalmente nas contas do PT. A medida proibiu que servidores em
cargos de chefia ou na direção
de órgãos da administração pública pagassem a contribuição.
No ano passado, PT, PSDB,
PMDB e DEM arrecadaram
juntos, com o dízimo, R$ 6,5
milhões. Em 2007, a mesma
contribuição rendeu às siglas
R$ 8,4 milhões, valor 30%
maior e que foi corrigido pela
reportagem pelo IPCA (índice
oficial de inflação no país). Os
dados estão nas prestações de
contas dos partidos entregue
neste mês à Justiça Eleitoral.
O partido do presidente Lula
é, de longe, o que mais arrecada
com o dízimo -a cada R$ 10
destinados a esse modalidade,
R$ 8 foram para o cofre do Partido dos Trabalhadores.
A legenda, com 1,8 milhão de
filiados segundo o TSE, estipula porcentagens, que variam de
2% a 20% a depender do salário
e do cargo ocupado pelo filiado.
A arrecadação da sigla com o
dízimo, contudo, vem diminuindo substancialmente, em
média R$ 1 milhão por ano. O
valor, que era de R$ 7 milhões
há três anos, caiu para R$ 5,1
milhões em 2009.
O DEM, com 1,5 milhão de filiados e na oposição ao governo
Lula, teve responsabilidade direta nessa redução ao questionar o TSE, em 2007, sobre a legalidade da contribuição dos
servidores do governo. O tribunal então decidiu "não poder
haver doação por detentor de
cargo de chefia e direção" de titulares de cargos da "administração direta ou indireta".
Além da decisão da Justiça, o
deputado Ricardo Berzoini, ex-presidente do PT, atribui a queda a uma "possível" redução da
"base partidária". Números do
partido confirmam isso: em
2006, no âmbito federal, cerca
de 1.400 petistas pagavam dízimo. Agora são 877.
As contribuições de PMDB,
PSDB e DEM são oriundas dos
bolsos de deputados federais e
estaduais, senadores, vereadores e políticos do Executivo.
Maior partido do Brasil, com
quase 3 milhões de filiados, o
PMDB arrecadou com dízimo,
no ano passado, R$ 1 milhão.
O PSDB, com 1,7 milhão de
integrantes registrados no
TSE, arrecadou R$ 165 mil, valor pouco menor que o declarado pelo DEM (R$ 169 mil).
No ano passado, PT, PSDB,
PMDB e DEM tiveram receita
de R$ 123 milhões -o dízimo
representa 5% desse total, ou
R$ 6,5 milhões.
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