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Delcídio afirma que vai investigar
Correios, mas não o "mensalão"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de desistir de disputar a
presidência da CPI dos Correios e
acabar eleito ontem, o líder do PT,
senador Delcídio Amaral (MS),
50, suspirou: "Em um dia a vida
deu uma pirueta". Reticente sobre
dirigir uma CPI "chapa-branca",
como dissera, ele classificou seu
papel como de "juiz", mas deixou
claro que não vai investigar o esquema do "mensalão".
(LS)
Folha - É uma CPI chapa-branca?
Delcídio Amaral - Eu batalhei para que não fosse. Não foi possível
uma composição, mas vamos trabalhar com absoluta isenção.
Folha - Receber orientações de
Lula hoje pela manhã não atrapalha uma comissão parlamentar?
Delcídio - Foi uma conversa
muito tranqüila, no sentido de
procurar entender a leitura que
ele fazia dessa CPI. Ele espera que
tudo seja apurado.
Folha - Ir fundo é investigar também as denúncias de "mensalão"?
Delcídio - Temos uma CPI bem
definida, das denúncias dos Correios. Ontem já foi feito o pedido
da CPI do "Mensalão". Não há
nada que indique relação entre
uma CPI e outra diante dos fatos.
Folha - O sr. não vê conexão entre
o suposto pagamento de "mensalão" e a corrupção em estatais?
Delcídio - Em princípio, não.
Folha - A opinião pública vai entender essa tomada de comando
da CPI por governistas?
Delcídio - Não há chance nenhuma de se fazer alguma pajelança
para tentar esconder alguma coisa. As sessões são públicas.
Folha - A oposição diz que Lula interferiu nessa eleição. Ele vai ficar
próximo do comando dessa CPI?
Delcídio Amaral - De forma nenhuma. Ele sabe da responsabilidade do Congresso.
Folha - O sr. tem aval para convocar ministros para explicações?
Delcídio - Vou tomar as providências devidas em tudo o que for
necessário. Com carta branca.
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