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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Para vice de Alckmin, Lula "não trabalha e bebe muito"
Em evento do PFL, candidato do PSDB à Presidência diz que vai "acabar com roubalheira"
Presidente foi alvo de ataques no lançamento da campanha do candidato pefelista ao governo do
DF, José Roberto Arruda
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e o vice na chapa, senador José Jorge
(PFL-PE), usaram ontem a
convenção do PFL no Distrito
Federal para fazer duros ataques ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Alckmin disse
que, se ganhar a eleição, "vai
acabar com a roubalheira", e
Jorge insuflou a platéia ao dizer
que o presidente "bebe muito,
como dizem por aí".
As críticas foram feitas em
seqüência, em meio a um bombardeio contra a gestão petista
no evento de lançamento da
chapa do PFL ao governo do
Distrito Federal, formada pelo
deputado José Roberto Arruda
e pelo senador Paulo Octávio.
"Vamos acabar com a roubalheira e vamos tratar de trabalhar, deixar de aparelhar o Estado e valorizar o servidor público", disse Alckmin.
Minutos antes, José Jorge
havia disparado: "Temos um
presidente que não trabalha, só
viaja, que bebe muito, como dizem por aí. Para ser presidente
é preciso ser honesto e competente". Após o discurso, questionado sobre a crítica, Jorge
confirmou: "Disse isso mesmo". E afirmou que a menção à
bebida foi uma resposta a um
militante que gesticulava na
platéia -simulando alguém bebendo- enquanto ele discursava. "O cara ficava fazendo sinal", disse, rindo. Na internet, o
site do PFL afirmou que José
Jorge foi "aplaudido ao falar a
verdade sobre Lula".
O suposto consumo excessivo de bebidas pelo petista voltou à tona no último dia 9,
quando o atacante Ronaldo criticou o presidente. No dia anterior, Lula o havia deixado constrangido ao perguntar ao técnico Carlos Alberto Parreira, em
uma videoconferência, se o jogador está gordo. "Ele disse que
eu sou gordo, como todo mundo diz que ele bebe para caramba. Tanto é mentira que eu estou gordo como deve ser mentira que ele bebe para caramba",
disse Ronaldo, no dia seguinte.
A polêmica sobre a bebida
começou em 9 de maio de
2004, quando Larry Rohter,
correspondente do "New York
Times" no Brasil, publicou reportagem sobre suposto abuso
no consumo de álcool pelo presidente. O governo cancelou o
visto do jornalista para expulsá-lo do país, mas a Justiça barrou a medida, e Lula recuou.
Ontem, em seu discurso,
Alckmin citou duas vezes o presidente Juscelino Kubitschek
(1956-1961), constantemente
lembrado em pronunciamentos de Lula. "Vamos rememorar o sonho de Juscelino Kubitschek, fazer o Brasil crescer
[...]. O Brasil voltará a reviver o
sonho do Juscelino."
Alckmin foi aplaudido ao
afirmar que, se eleito, irá "manter, aperfeiçoar e ampliar" o
Bolsa-Família, principal projeto da área social da gestão Lula.
Preocupado com o fracasso
da tentativa de aliança com o
PFL no DF, Alckmin resistiu o
quanto pôde em comparecer à
convenção, já que a governadora do DF, Maria de Lourdes
Abadia, do PSDB, pleiteia concorrer a vice na eleição em uma
chapa com o PMDB, apoiada
pelo ex-governador Joaquim
Roriz (PMDB).
Em entrevista após o evento,
Alckmin minimizou a saia justa. "Torcemos muito para que
estivéssemos todos unidos no
DF. Infelizmente não foi possível. Vamos aguardar para ver o
que a governadora Abadia vai
decidir." Ele também negou
que sua campanha elevará o
tom das críticas a Lula. "O tom
da campanha é trabalho."
No palanque, Arruda disse
que a campanha crescerá "na
hora em que o Brasil conhecer
o Geraldo que eu conheço, pai
de família, médico carinhoso,
excelente governador".
O ato do PFL reuniu cerca de
30 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. A PM
informou que 400 ônibus trouxeram público das cidades-satélite de Brasília.
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