São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000 |
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PAINEL Tempo fechado Independentemente dos desdobramentos que ainda possa ter, a crise política deflagrada por Eduardo Jorge já é considerada por tucanos de alta plumagem como a mais grave da era FHC. Ministros e os nomes mais influentes do governo passaram os últimos dias com uma única missão obsessiva: abafar o caso. Termômetro do caos ACM faz jogo duplo em relação a FHC, mas nas últimas 48 horas pisou no freio. Leitura de um tucano com acesso direto ao presidente: "Se até o ACM está tirando o pé do acelerador é porque a coisa é grave demais". Plim-plim Já é notório que o Jardim Botânico não demonstra em relação ao caso Eduardo Jorge/Lalau a mesma energia investigativa que mobilizou quando tratou de apurar o escândalo Nicéa/Celso Pitta. Muito pelo contrário. Arauto da moralidade Em 1990, na presidência do TRT-SP, o hoje foragido Nicolau dos Santos Neto proibiu, por meio de uma portaria, a entrada no tribunal de mulheres vestindo minissaias, calças justas, bustiês, "decotes extravagantes" e "peças transparentes". Quanto zelo pelos bons costumes... Pântano político Um dos maiores temores da base aliada é que a provável quebra de sigilo bancário e fiscal de Eduardo Jorge, ex-braço-direito de FHC, acabe conduzindo a uma trilha muito obscura: a das contas da campanha reeleitoral. Almas gêmeas De um senador peemedebista, sobre o cordão em torno de FHC, articulado por PSDB, PMDB e PFL, para isolar o presidente da crise: "Por mais forte que seja, o cordão não corta a intimidade das relações de FHC com Eduardo Jorge". Fama repentina O obscuro Martus Tavares (Planejamento) nunca foi tão elogiado pelo tucanato. Alta voltagem FHC está sendo pressionado a mudar outra vez as regras da privatização de Furnas. As multinacionais já instaladas no país e uma ala do PFL, que controla politicamente o setor elétrico, preferem o modelo anterior de venda das estatais em leilão à pulverização de suas ações. Lobby montado A contra-ofensiva ao novo modelo de privatização do setor elétrico anunciado por FHC começou na semana passada. As 13 multinacionais que estiveram com o presidente no dia 5 resolveram criar uma associação para fazer pressão. Oficialmente, dizem que é para tratar de tarifas defasadas e regulamentação. Jogo pesado O problema imediato das múltis é a pulverização das ações de Furnas. Alegam que serão prejudicadas, depois de terem investido US$ 18 bi no país. Argumento: a estatal é imensa e desequilibraria a concorrência. Dito e feito Dias antes da cassação, Luiz Estevão fez uma ameaça a Romeu Tuma (PFL) em conversa telefônica gravada por um colega. Conteúdo: "Um dia você vai saber por que o Tuma está armando tudo isso contra mim". Fumaça geral Pérolas colhidas em pesquisas do Ministério da Saúde: boa parte da população acha que "genérico" é remédio para qualquer doença, e que cigarro que dá câncer é o da marca Marlboro. Jardim de infância Namorada de Ciro Gomes (PPS), Patrícia Pillar tem um elo antigo com o PT. Quando criança, foi aluna, em Santos, da professora Telma de Souza, ex-prefeita e hoje candidata na cidade. Medalhão Cristovam Buarque vai participar da elaboração do programa de governo de Benedita da Silva (PT). A candidata carioca acertou os detalhes com o ex-governador do DF na quarta. TIROTEIO Do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), sobre a crise Eduardo Jorge/Lalau: - Se FHC pede para que as pessoas esqueçam o que ele escreveu e agora assina o que não lê, temos na Presidência do país um ex-sociólogo caminhando rapidamente para o ostracismo. CONTRAPONTO O engenheiro e o jacaré
Candidato à Prefeitura de SP,
o ex-presidente Fernando Collor conta uma história cujos personagens foram seus principais
rivais na eleição de 1989. |
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