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Governo serve de parâmetro
DA REDAÇÃO
As definições de direita e esquerda variam consideravelmente, mas nota-se a presença de um
padrão subjacente às diversas
opiniões expressas pelos eleitores:
o partido que integra o governo é
de direita, e o partido de oposição
ao regime é de esquerda.
Essa classificação simples, mas
de fácil apreensão, permite compreender a razão que levou tantas
pessoas a classificarem o PPB e o
PL como partidos de esquerda,
avaliação inconsistente diante da
posição real de seus políticos.
De fato, para 14% dos eleitores,
ser de esquerda significa "ser contra o governo". Para outros 2%,
esquerda significa "ser contra o
governo FHC" e, para mais 2%,
"ser oposição", simplesmente.
Ao mesmo tempo, para 9% dos
entrevistados, ser de direita significa "apoiar o governo" e, na opinião de outros 4%, "participar do
governo". Para mais 2%, direita
corresponde a "ser a favor do governo FHC". Na opinião de outros 2%, significa "ter poder".
Em relação às demais questões,
o eleitorado se divide. Defender
uma política social ou defender o
povo são atribuídos tanto à esquerda como à direita. Desonestidade e corrupção também são
considerados predicados tanto de
uma como de outra posição.
Outras concepções difundidas
identificam direita com a defesa
da elite e dos ricos (4%) e esquerda com o comunismo (3%). É
perceptível ainda a presença de
uma concepção bastante antiga,
de fundo religioso, que identifica
a direita com "o certo" (4%) e a
esquerda com "errado" (4%). Esquerda promove "baderna" (2%)
e a direita "administra" (2%).
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