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Taxa é superior àquela obtida pelo PPB (22%), mas é superada por índices do PMDB (37%) e do PFL (35%)
PSDB é de direita, dizem 31% dos eleitores
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB do presidente Fernando Henrique Cardoso, que surgiu
com a proposta de ser um partido
social-democrata de centro-esquerda, é majoritariamente visto
como de direita, segundo pesquisa Datafolha com 11.534 entrevistas em 296 municípios brasileiros
de todas as unidades federativas.
A taxa dos que classificam o
partido como de direita atinge
31%, sendo que 23% o definem
como de esquerda e 11% como de
centro. Assim também como para
os demais partidos, é alto o índice
dos que não sabem classificá-lo
(35%).
O percentual dos que dizem que
o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) é de direita é
maior do que os que dizem o mesmo do PPB (Partido Progressista
Brasileiro) -22%, cujas origens
remontam à Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de
sustentação do regime militar
(1964-1985). O PSDB surgiu de
uma dissidência do PMDB (Partido do Movimento Democrático
Brasileiro), este criado em 1980,
tendo como base o MDB (Movimento Democrático Brasileiro),
que aglutinava as correntes de
oposição ao regime militar (veja
quadro nesta página).
O PMDB é o que o tem a maior
taxa de identificação como partido de direita (37%), superando o
PFL (Partido da Frente Liberal),
com 35%, criado em 1984 a partir
de uma dissidência do PDS (Partido Democrático Social), que, por
sua vez, havia sucedido a Arena
como base de apoio político ao regime militar.
PC do B (Partido Comunista do
Brasil) e PT (Partido dos Trabalhadores) são os mais identificados como de esquerda, o que é dito por 43% dos entrevistados para
ambos. Em seguida, aparecem
PDT (Partido Democrático Trabalhista) -de esquerda para
37%- e PPS (Partido Popular
Socialista) e PSB (Partido Socialista Brasileiro) -os dois com taxas
de 31%.
De dez partidos pesquisados, o
PPS foi o que obteve a mais alta taxa de entrevistados (42%) que
não souberam identificar sua posição política.
A maior parte dos entrevistados
afirma que o PL (Partido Liberal)
é de esquerda (29%), mas a soma
dos que o classificam como de
centro (10%) ou de direita (24%)
atinge 34%, o que permite dizer
que a imagem do partido é majoritariamente conservadora.
Congresso
Direita e esquerda não se confundem somente na cabeça do
eleitor. No Congresso, por exemplo, são comuns alianças em
questões pontuais entre partidos
das duas correntes.
São frequentes acordos da esquerda (ou de parte dela) com
partidos da base governista, majoritariamente identificados como de direita, para aprovação dos
mais diferentes projetos.
"O Congresso é uma Casa ao
mesmo tempo de disputa e de negociação. As alianças são da própria essência do Parlamento", diz
o deputado José Genoino (SP),
um dos principais articuladores
da Câmara.
Genoino, que foi líder do PT
duas vezes, diz que não tem críticas a respeito de nenhuma das
alianças feitas pelo seu partido
com o governo ou mesmo com a
parte da direita mais extremada
-como a chamada bancada ruralista.
Nesse caso, a aliança visava
aprovar um desconto nas dívidas
de ruralistas. O PT negociou regras diferentes para pequenos e
grandes devedores, excluiu "caloteiros" e tentou impor parte do
prejuízo aos bancos, mas o governo derrotou no voto a inusitada
aliança de petistas com ruralistas.
Atualmente, há uma aliança de
todos os partidos de esquerda
com o PSDB para aprovar o projeto de lei do governo que proíbe a
propaganda de cigarro em meios
de comunicação.
Estão contra o projeto PPB, PTB
e grande parte do PMDB e do
PFL. O projeto deveria ter sido votado no fim de junho, com a expectativa de ser aprovado, mas a
votação foi adiada pelo líder do
PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
Na votação do projeto que eliminou os juízes classistas, na Câmara, PT e PC do B se dividiram.
O PT se aliou com o PSDB e o PFL
para aprovar o projeto, que virou
lei.
Na discussão do projeto que facilita a quebra do sigilo bancário e
fiscal, PDT e PFL estão juntos
contra PT, PSDB e PC do B. O
projeto tramita na Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara.
A proposta de emenda constitucional sobre a entrada de capital
externo nas empresas jornalísticas enfrenta a oposição do PT,
que está sozinho na defesa de uma
agência reguladora para o setor.
Nesse caso, a oposição do PT está atrasando a votação na Câmara. O relator Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN) só quer colocar a proposta em votação quando houver pelo menos 460 deputados no plenário. A proposta
precisa de 308 votos favoráveis, e
o PT tem 60 deputados.
No Senado, a proposta de
emenda constitucional que determina investimentos na saúde,
apresentada pelo governo, foi relatada por um senador de oposição -Antônio Carlos Valadares
(PSB-SE).
Esse caso, que é raro, deve-se ao
fato de Valadares ter apresentado
antes emenda semelhante, rejeitada no ano passado.
Um caso de aliança de todos os
partidos de oposição e governistas da Câmara e do Senado ocorreu na discussão do projeto que
criava o fundo contra a pobreza,
apresentado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O acordo foi rompido na reta final, entretanto, e a esquerda votou contra.
Houve também acordos rompidos pelo governo, como no caso
da votação do salário mínimo.
Governo, oposição e ACM haviam marcado a votação para 27
de abril, mas o líder do governo
no Congresso, Arthur Virgílio
(PSDB-AM), voltou atrás durante
a sessão e a votação foi remarcada
para 10 de maio -sob o protesto
de ACM e do PT.
Na votação da reforma do Judiciário, o PT e o PSDB se aliaram
em vários itens. Algumas vezes
perderam, outras ganharam, como na votação da súmula vinculante, cuja abrangência ficou restrita a assuntos constitucionais.
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