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Aposentadoria integral divide especialistas
DA REDAÇÃO
Dois especialistas ouvidos
ontem pela Folha discordam sobre as consequências
da possível manutenção da
aposentadoria integral para
atuais servidores e sobre a
paridade de vencimentos
entre ativos e inativos. Eles
concordam, porém, que estender a aposentadoria integral aos novos servidores seria um "retrocesso".
Para o economista Raul
Velloso, a idéia de que a aposentadoria integral seja incompatível com o equilíbrio
fiscal é amplamente aceita.
Manter o benefício, portanto, minaria a confiança dos
investidores no governo.
Marcelo Viana Estevão,
ex-secretário de Previdência
Social, discorda. Seu argumento é que, como a proposta atual prevê que a aposentadoria do servidor será a
média dos 80% maiores salários desde julho de 94, corrigidos pela inflação, já seria
muito próxima do último
salário do servidor na ativa.
Sobre a paridade -que
garante às aposentadorias os
mesmos reajustes concedidos aos ativos-, Velloso
acha que isso cria uma incerteza em relação à evolução
futura da despesa pública.
Estevão concorda que o
mecanismo engessa a política de remuneração do governo, mas argumenta que a
alternativa pode ser pior. Ele
explica: a proposta prevê
que as aposentadorias sejam
corrigidas. Sem a vinculação
com os reajustes dos ativos,
a tendência é o Judiciário decidir pelo reajuste de acordo
com o INPC, como ocorre
com os benefícios do INSS.
Em maio, eles foram corrigidos em 19,71%, contra 1% de
reajuste dado aos servidores.
O ex-secretário acha ainda
que o acordo que o governo
tenta fazer tem a vantagem
de contar com a participação
do Judiciário, o que minimiza o risco de decisões contrárias ao espírito da reforma.
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