São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004 |
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TODA MÍDIA Impaciência
NELSON DE SÁ
O Cine Alvorada, nome que o colunista Ancelmo Góis dá às sessões de Lula no Palácio da Alvorada, lança na terça mais um filme sobre um ícone revolucionário, "Olga". Antes, a mais nova edição da revista "Nossa História" traz Olga Benario na capa, em texto da historiadora (filha de Olga) Anita Leocádia Prestes. É um artigo formal, mas aqui e ali deixa escapar emoção, em passagens como a que relata os poucos meses que elas tiveram juntas: - Olga deu à luz em novembro de 1936, na prisão de mulheres de Barnimstrasse, em Berlim. Na exígua cela da prisão, submetida a regime de rigoroso isolamento, conseguiu criar a filha até os 14 meses. Em 1942, "Olga era transferida ao campo de Bernburg, onde seria assassinada numa câmara de gás". CHE
"Diários de Motocicleta", filme de Walter Salles sobre outro ícone revolucionário, Che Guevara, corre o mundo em quase 30 festivais. No mais recente, em Ramallah, na Palestina, foi notícia no "Haaretz" (israelense) e no "Crônica Palestina" -que o descreviam como "a jornada em que Che cristalizou sua consciência revolucionária" e "a jornada de Che a caminho da autodescoberta". Na passagem por Cuba, o crítico do "Granma" se viu em maus bocados diante do filme que a "Variety", como ele destacou, disse ser "não-político". Mas elogiou. O londrino "The Observer", às vésperas da estréia local de "Diários", deu longa reportagem crítica ao mito Che. Ouviu o marxista arrependido Christopher Hitchens: - Quando se pensa em Che, é mais como Byron do que Marx. Ele pertence mais à tradição romântica. Outro arrependido, o mexicano Jorge Castañeda: - Ele é um símbolo de um tempo em que as pessoas morriam heroicamente. Elas não fazem mais isso. A reportagem deu que, no rastro de "Diários", vêm aí dois outros filmes sobre Che, um de Steven Soderbergh, com Benicio Del Toro, e outro "um veículo para Antonio Banderas". E se questiona o "Observer", no título: - Che era só uma cara bonita? Poluidor Reportagem do Nomínimo diz que está pronto, à espera do anúncio, o Inventário Brasileiro de Emissões de Gases do Efeito Estufa. Não serão boas notícias. O Brasil passa a quinto poluidor global. De um entrevistado: - A imprensa mundial vai colocar o país na berlinda. Para o site, apesar dos esforços da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, Lula mostra "pouca sensibilidade". Esforços Apontada sempre como vilã nos comentários de economia, por frear o progresso agrícola ou coisa assim, Marina Silva segue com os seus "esforços". A "Gazeta Mercantil" noticiou em tom positivo o acordo que ela fechou com o Ministério da Defesa, para mobilizar mais de cem homens da Infantaria de Selva, além de 18 helicópteros, para combater desmatamento, extração, grilagem etc. Empregos Nas manchetes do Jornal da Band, de Carlos Nascimento: - Campanha para as eleições municipais cria empregos em vários setores da economia. É um espetáculo, afinal. Paciência Anda aos poucos, em doses, a negociação com a Argentina nos eletroeletrônicos. Primeiro veio um acordo nos fogões. Ontem, como afirmou à noite o "Ámbito Financiero", nas geladeiras: - Mas ainda falta superar o conflito nas máquinas de lavar. E acrescenta o "Clarín": - De todo modo, a tensão se mantém em outros setores. Quase lá A nova "Economist" saudou as "boas notícias" nas conversas no âmbito da Organização Mundial do Comércio: - Os grandes comerciantes, tanto ricos como pobres, estão com um acerto ao alcance da mão. No comércio agrícola, os gigantes (EUA, Europa, Brasil, Austrália e Índia) caminham aos poucos para um acordo. Não culpe o rico O obstáculo agora, para a "Economist", são alguns "países pobres" da América Central e de outras partes, que não querem perder as vantagens que têm no atual "sistema distorcido". Daí o seu título provocador: - Não culpem o mundo rico se as negociações entrarem em colapso novamente. Texto Anterior: Planalto rebate crítica feita por ex-ministro de FHC Índice |
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