São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ NOVAS VERSÕES


Agências fizeram empréstimos bancários para quitar dívidas de campanha do partido

Empresário e ex-tesoureiro pouparam Lula e governo em depoimento a procurador



Valério e Delúbio admitem agora que PT usou caixa 2

Em depoimentos na Procuradoria Geral da República, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares admitiram que as empresas DNA e SMPB foram usadas como caixa 2 do partido, mas procuraram isentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de envolvimento em irregularidades.
Ontem, um dia após prestar depoimento, Valério divulgou nota em que revela que o dinheiro de empréstimos para suas empresas foi direcionado para o pagamento de dívidas de campanha do PT. Apontou Delúbio como responsável pelas operações e voltou a negar a existência do "mensalão" -suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares governistas.
Em entrevista ao "Jornal Nacional", Valério também fez questão de afirmar que não obteve vantagens no governo em razão dos empréstimos ao partido e de sua proximidade com o então tesoureiro petista.
Delúbio, ouvido ontem pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, confirmou a versão dos empréstimos e disse que todas as campanhas petistas operaram com caixa 2, menos a de Lula.
Diante da suspeição de favorecimento às empresas de Valério, o governo também agiu ontem: o Banco do Brasil anunciou a rescisão de contrato com a DNA e os Correios anunciaram a suspensão das campanhas com a SMPB. A Eletronorte, outro cliente estatal, vai discutir o assunto na segunda-feira.
O PT tratou de se manifestar. Na TV, defendeu a apuração de "todos os fatos e denúncias que eventualmente envolvam o partido e alguns de seus militantes".


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