São Paulo, domingo, 16 de julho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS

Chapa de Maggi tem acusados de corrupção

Candidato à reeleição, governador de Mato Grosso defende que alianças com cinco líderes regionais têm "peso político'

Equipe não acredita em efeito negativo da coalizão; manutenção de acordo é coerente com aqueles feitos no governo, afirma Maggi

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador de Mato Grosso e candidato à reeleição, Blairo Maggi (PPS), terá como estrelas de seu palanque ao menos cinco líderes regionais citados nos escândalos dos sanguessugas e do mensalão.
Os deputados federais Lino Rossi (PP), Pedro Henry (PP) Wellington Fagundes (PL) e Ricarte de Freitas (PTB), além do ex-senador Carlos Bezerra (PMDB), candidatos à Câmara, são investigados pela Polícia Federal no caso de recebimento de propina em troca da apresentação de emendas ao Orçamento destinadas à compra de ambulâncias superfaturadas.
Henry também foi um dos 40 denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, por envolvimento no "valerioduto". Os cinco fazem parte da coligação de doze partidos (PP, PTB, PMDB, PTN, PL, PPS, PFL, PAN, PRTB, PMN, PTC e PSB) que apoiará Maggi nas eleições.
Segundo Luiz Antônio Pagot, coordenador da campanha de Maggi, o peso político dos candidatos foi essencial na definição das alianças. Ele cita Henry como prova de liderança. "Ele tem até 50% dos votos em cidades do oeste do Estado."
Para Pagot, a aliança não terá efeito negativo na campanha do governador. Ele diz que o PPS fez até pesquisas qualitativas para saber como eleitorado avaliaria a união com acusados.
"Por enquanto, o povo não faz nenhuma discriminação", afirma o coordenador.
O governador disse à Folha que as alianças eleitorais são coerentes com as feitas durante o governo. "Não posso, depois de passar três anos e meio governando com esses partidos, abandoná-los na eleição", diz Maggi. "Eles me dizem que não fizeram nada. Não estou aqui para julgar ninguém."
Ouvido pela Folha, o deputado Lino Rossi também acredita que as acusações contra ele não terão efeito nenhum nas eleições. Ele disse que nem sabe do que está sendo acusado.
A reportagem deixou recado no escritório de Pedro Henry em Cuiabá, mas não teve retorno. O deputado foi absolvido por falta de provas pelo Conselho de Ética e pelo plenário da Câmara. Carlos Bezerra, Wellington Fagundes e Ricarte de Freitas negaram envolvimento na máfia dos sanguessugas.
Nesta semana, a candidata ao governo e senadora Serys Slhessarenko, do PT, também teve seu nome citado no depoimento de um empresário à CPI dos Sanguessugas. Ela nega.
Antero Paes de Barros, candidato do PSDB no Estado, chegou a ser acusado de ter recebido, para campanha ao Senado, dinheiro do Comendador João Arcanjo Ribeiro, apontado como chefe do crime organizado no Estado. Antero nega.


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