|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS
Chapa de Maggi tem acusados de corrupção
Candidato à reeleição, governador de Mato Grosso defende que alianças com cinco líderes regionais têm "peso político'
Equipe não acredita em efeito negativo da coalizão; manutenção de acordo é coerente com aqueles feitos no governo, afirma Maggi
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador de Mato Grosso e candidato à reeleição, Blairo Maggi (PPS), terá como estrelas de seu palanque ao menos cinco líderes regionais citados nos escândalos dos sanguessugas e do mensalão.
Os deputados federais Lino
Rossi (PP), Pedro Henry (PP)
Wellington Fagundes (PL) e
Ricarte de Freitas (PTB), além
do ex-senador Carlos Bezerra
(PMDB), candidatos à Câmara,
são investigados pela Polícia
Federal no caso de recebimento de propina em troca da apresentação de emendas ao Orçamento destinadas à compra de
ambulâncias superfaturadas.
Henry também foi um dos 40
denunciados pelo procurador-geral da República, Antonio
Fernando Souza, por envolvimento no "valerioduto". Os
cinco fazem parte da coligação
de doze partidos (PP, PTB,
PMDB, PTN, PL, PPS, PFL,
PAN, PRTB, PMN, PTC e PSB)
que apoiará Maggi nas eleições.
Segundo Luiz Antônio Pagot,
coordenador da campanha de
Maggi, o peso político dos candidatos foi essencial na definição das alianças. Ele cita Henry
como prova de liderança. "Ele
tem até 50% dos votos em cidades do oeste do Estado."
Para Pagot, a aliança não terá
efeito negativo na campanha
do governador. Ele diz que o
PPS fez até pesquisas qualitativas para saber como eleitorado
avaliaria a união com acusados.
"Por enquanto, o povo não
faz nenhuma discriminação",
afirma o coordenador.
O governador disse à Folha
que as alianças eleitorais são
coerentes com as feitas durante o governo. "Não posso, depois de passar três anos e meio
governando com esses partidos, abandoná-los na eleição",
diz Maggi. "Eles me dizem que
não fizeram nada. Não estou
aqui para julgar ninguém."
Ouvido pela Folha, o deputado Lino Rossi também acredita
que as acusações contra ele não
terão efeito nenhum nas eleições. Ele disse que nem sabe do
que está sendo acusado.
A reportagem deixou recado
no escritório de Pedro Henry
em Cuiabá, mas não teve retorno. O deputado foi absolvido
por falta de provas pelo Conselho de Ética e pelo plenário da
Câmara. Carlos Bezerra, Wellington Fagundes e Ricarte de
Freitas negaram envolvimento
na máfia dos sanguessugas.
Nesta semana, a candidata ao
governo e senadora Serys
Slhessarenko, do PT, também
teve seu nome citado no depoimento de um empresário à CPI
dos Sanguessugas. Ela nega.
Antero Paes de Barros, candidato do PSDB no Estado,
chegou a ser acusado de ter recebido, para campanha ao Senado, dinheiro do Comendador
João Arcanjo Ribeiro, apontado como chefe do crime organizado no Estado. Antero nega.
Texto Anterior: Elio Gaspari: Martin Luther não é um Burger King Próximo Texto: Frases Índice
|