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Patrocinada pela Petrobras, UNE faz manifestação contra CPI
Protesto é parte da programação de hoje do 51º congresso da União Nacional dos Estudantes, que recebeu R$ 100 mil da estatal; Lula participará de encontro
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com uma manifestação em
defesa da Petrobras e contra a
CPI no Senado para investigar
a empresa, começa hoje o 51º
Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), que
tem entre os patrocinadores a
própria estatal, que direcionou
R$ 100 mil ao evento.
Segundo a empresa, a verba
faz parte da "estratégia de rejuvenescimento" da marca. A
companhia diz que patrocina
eventos de outras entidades,
como a Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São
Paulo), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
A presidente da UNE, Lúcia
Stumpf, afirma que a manifestação também será "em defesa
da Petrobras que queremos
construir", com uma maior
participação do Estado -a empresa tem controle estatal, mas
tem ações em Bolsa.
Horas antes do protesto, a
entidade promoverá outro encontro político em seu congresso. Pela manhã, o presidente
Lula se reúne com estudantes
do Prouni (Programa Universidade Para Todos). O petista será, segundo a UNE, o único presidente a participar de um congresso da entidade desde sua
fundação, em 1937.
A presença de Lula irá coroar
o auge da sua boa relação com a
UNE. Neste ano, as verbas do
governo federal para a agremiação até agora (R$ 2,5 milhões) já são 54% maiores do
que as do ano passado.
O montante, voltado para
projetos culturais e de saúde,
quase empata com o que a entidade prevê arrecadar neste ano
com sua maior fonte de renda, a
emissão de carteirinhas estudantis -R$ 2,7 milhões.
A proximidade entre o governo e a entidade se reflete também em cargos. Dos últimos
cinco ex-presidentes da UNE,
quatro estão em postos de confiança no governo Lula.
O mais famoso é o atual ministro do Esporte, Orlando Silva, que dirigiu a entidade entre
1995 e 1997. Na sua pasta, estão
também Ricardo Capelli (1997-1999) e Wadson Ribeiro (1999-2001). Felipe Maia (2001-2003) chefia a ouvidoria da Ancine (Agência Nacional do Cinema). A atual presidente nega
que a UNE tenha aderido ao governo. "A UNE nunca vendeu
sua independência."
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