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Escolha de novo avião da FAB está na fase final
IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Não é casual o momento
do lobby francês pelo caça
Rafale na concorrência da
FAB pelo futuro avião de
combate do Brasil, que já
conta com o quase público
apoio político do ministro
Nelson Jobim (Defesa).
Está nas mãos da comissão
do chamado projeto F-X2 o
relatório final da escolha.
Concorrem para o fornecimento inicial de 36 aviões a
Dassault (França, com o Rafale), a Boeing (EUA, com o
F-18 Super Hornet) e a Saab
(Suécia, com o Gripen NG).
O valor que vinha sendo estimado era de US$ 2 bilhões,
mas poderá ser mais do que o
dobro disso.
O comandante da Força,
Juniti Saito, deverá entregar
até agosto a decisão a Jobim.
A FAB faz uma seleção com
rigidez inédita no Brasil, mas
a escolha não é só militar. O
Brasil exige parceria e transferência tecnológica para seu
parque aeronáutico, e a FAB
usou artifícios que surpreenderam os concorrentes.
O mais recente ocorreu
quando os fabricantes entregaram sua proposta final, em
8 de junho. Em vez de irem
para casa, foram convocados
a passar uma semana em
Brasília explicando detalhes
e renegociando pontos. Resultado: os três aviões tiveram quedas consideradas expressivas no seu preço final,
que inclui armamentos, logística e suporte por 5 anos.
Os dados são secretos e sujeitos a mudanças, mas os valores unitários comentados
ficaram entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões. Isso
dá algo entre US$ 3,6 bilhões
e US$ 5,4 bilhões ao todo,
mas é inócuo especular porque há muitas variáveis. Para
fins de comparação, a Austrália pagou cerca de US$
200 milhões por cada F-18
(mais armas e logística) que
comprou recentemente.
Caberá a Jobim discutir
com o presidente Lula e o
Conselho de Defesa Nacional a decisão.
O ministro é um francófilo
na hora das compras. Fechou
um acordo bilionário com
Paris para a compra de submarinos convencionais, capacitação de fabricação de
submarino nuclear e montagem de helicópteros. A parte
naval pode passar dos R$ 20
bilhões, e tem a Odebrecht
como parceira dos franceses.
Os caças ficaram de fora só
porque a FAB já tinha seu
processo de seleção em curso. Mesmo agora, há brigadeiros insatisfeitos com a publicidade pró-França feita
por Jobim e pelos deputados
"elegantemente" convidados
a Paris que analisarão o Orçamento militar para 2010.
Pode ocorrer um choque,
então, caso a FAB não selecione os franceses. Correndo
por fora, ainda, a diplomacia
da Rússia até torce por isso
para tentar entrar novamente no jogo. Apesar de forte
lobby organizado por um brigadeiro da reserva no Brasil,
foi surpreendentemente excluída pela FAB na seleção
dos três finalistas.
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