São Paulo, quinta-feira, 16 de julho de 2009

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Dantas recorre e acusa PF de fraudar provas

Defesa de banqueiro contesta transcrições de escutas usadas para condenação por tentativa de suborno

FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em recurso apresentado à Justiça, a defesa do banqueiro Daniel Dantas acusa a Polícia Federal de ter fraudado arquivos e transcrições de escutas usadas como provas para a condenação de Dantas a dez anos de prisão por corrupção. O banqueiro do grupo Opportunity foi acusado de tentar subornar, por meio de emissários, policias federais envolvidos na Operação Satiagraha da PF.
A defesa de Dantas afirmou no recurso que, entre outras manipulações, a PF chegou a inserir nas transcrições a palavra "Dantas" em trechos de escutas nas quais ela não foi dita, e também atribuem incorretamente a pronúncia dessa palavra a Humberto Braz, executivo ligado ao Opportunity, em conversas com policiais.
O recurso foi apresentado no final de junho ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região contra a sentença condenatória do juiz titular da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto De Sanctis. A decisão também condenou Braz e o empresário Hugo Chicaroni, supostos emissários de Dantas, a sete anos de prisão.
A defesa do banqueiro fundamentou as acusações de adulteração em um laudo técnico elaborado por uma entidade especializada em perícias de equipamentos eletrônicos, o Instituto Brasileiro de Peritos em Comércio Eletrônico e Telemática, que foi contratado pelo Opportunity para emitir um parecer sobre o trabalho da PF. Segundo o laudo, as escutas são "imprestáveis" como meio de prova contra os acusados.
Procurada pela Folha, a PF não se manifestou sobre as acusações da defesa de Dantas até o fechamento desta edição.


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