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Dantas recorre e acusa PF de fraudar provas
Defesa de banqueiro contesta transcrições de escutas usadas para condenação por tentativa de suborno
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em recurso apresentado à
Justiça, a defesa do banqueiro
Daniel Dantas acusa a Polícia
Federal de ter fraudado arquivos e transcrições de escutas
usadas como provas para a condenação de Dantas a dez anos
de prisão por corrupção. O banqueiro do grupo Opportunity
foi acusado de tentar subornar,
por meio de emissários, policias federais envolvidos na
Operação Satiagraha da PF.
A defesa de Dantas afirmou
no recurso que, entre outras
manipulações, a PF chegou a
inserir nas transcrições a palavra "Dantas" em trechos de escutas nas quais ela não foi dita,
e também atribuem incorretamente a pronúncia dessa palavra a Humberto Braz, executivo ligado ao Opportunity, em
conversas com policiais.
O recurso foi apresentado no
final de junho ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região contra a sentença condenatória do juiz titular da 6ª Vara Criminal Federal de São
Paulo, Fausto De Sanctis. A decisão também condenou Braz e
o empresário Hugo Chicaroni,
supostos emissários de Dantas,
a sete anos de prisão.
A defesa do banqueiro fundamentou as acusações de adulteração em um laudo técnico elaborado por uma entidade especializada em perícias de equipamentos eletrônicos, o Instituto Brasileiro de Peritos em
Comércio Eletrônico e Telemática, que foi contratado pelo
Opportunity para emitir um
parecer sobre o trabalho da PF.
Segundo o laudo, as escutas são
"imprestáveis" como meio de
prova contra os acusados.
Procurada pela Folha, a PF
não se manifestou sobre as
acusações da defesa de Dantas
até o fechamento desta edição.
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