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Calheiros e Turra saem antes do anúncio oficial
em Brasília
Os ministros Renan Calheiros
(Justiça) e Francisco Turra (Agricultura) deixaram a Esplanada
dos Ministérios ontem antes mesmo do anúncio oficial da reforma
ministerial, que acabou sendo
adiado para hoje.
Calheiros disse não ter "nem
analisado" uma proposta do presidente Fernando Henrique Cardoso para ser o líder do governo
no Senado. Ele disse que sua saída
foi definida em uma reunião entre
FHC e líderes do PMDB.
"Até entendo a lembrança, o reconhecimento, mas vou me dedicar exclusivamente ao meu partido, o PMDB, e ao meu mandato
no Senado", afirmou Calheiros,
senador eleito por Alagoas.
Segundo ele, o PMDB vai esperar o fim da reforma para decidir
se continua apoiando o governo
ou se parte para a oposição.
Ele atribuiu sua queda a "interesses contrariados". "Em todos
os momentos, defendi as causas
da população e para isso tive que
enfrentar interesses que se sentiram contrariados", afirmou.
Calheiros não quis citar quais
seriam esses interesses. "Prefiro
entender que a minha saída não
resguarda nenhum interesse inconfessável", disse.
Sem telefonema
Francisco Turra decidiu ir ontem mesmo para Porto Alegre.
O ministro esperava pelo menos um telefonema do presidente
justificando os motivos de sua
iminente demissão.
Mas ficou sabendo que FHC já
havia escolhido seu sucessor por
intermédio do deputado Delfim
Netto, um dos caciques do seu
partido, o PPB.
Segundo a Folha apurou, Delfim foi procurado ontem de manhã pelo possível sucessor de
Turra, Marcos Vinícius Pratini de
Moraes, que lhe informou ter sido
convidado por FHC para assumir
a pasta da Agricultura.
(RICARDO GALHARDO)
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