São Paulo, Sexta-feira, 16 de Julho de 1999
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Calheiros e Turra saem antes do anúncio oficial

em Brasília

Os ministros Renan Calheiros (Justiça) e Francisco Turra (Agricultura) deixaram a Esplanada dos Ministérios ontem antes mesmo do anúncio oficial da reforma ministerial, que acabou sendo adiado para hoje.
Calheiros disse não ter "nem analisado" uma proposta do presidente Fernando Henrique Cardoso para ser o líder do governo no Senado. Ele disse que sua saída foi definida em uma reunião entre FHC e líderes do PMDB.
"Até entendo a lembrança, o reconhecimento, mas vou me dedicar exclusivamente ao meu partido, o PMDB, e ao meu mandato no Senado", afirmou Calheiros, senador eleito por Alagoas.
Segundo ele, o PMDB vai esperar o fim da reforma para decidir se continua apoiando o governo ou se parte para a oposição.
Ele atribuiu sua queda a "interesses contrariados". "Em todos os momentos, defendi as causas da população e para isso tive que enfrentar interesses que se sentiram contrariados", afirmou.
Calheiros não quis citar quais seriam esses interesses. "Prefiro entender que a minha saída não resguarda nenhum interesse inconfessável", disse.

Sem telefonema
Francisco Turra decidiu ir ontem mesmo para Porto Alegre.
O ministro esperava pelo menos um telefonema do presidente justificando os motivos de sua iminente demissão.
Mas ficou sabendo que FHC já havia escolhido seu sucessor por intermédio do deputado Delfim Netto, um dos caciques do seu partido, o PPB.
Segundo a Folha apurou, Delfim foi procurado ontem de manhã pelo possível sucessor de Turra, Marcos Vinícius Pratini de Moraes, que lhe informou ter sido convidado por FHC para assumir a pasta da Agricultura.
(RICARDO GALHARDO)

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