|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MISTÉRIO EM AL
Augusto Farias deve ser citado como responsável pelas mortes ou cúmplice após as investigações
Delegados podem indiciar irmão de PC
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Pão de Açúcar
Os delegados Antônio Carlos Lessa e
Alcides Andrade
afirmaram que já
reúnem informações que podem levar ao indiciamento, na próxima
semana, do deputado Augusto
Farias (PPB-AL) como responsável ou cúmplice pelas mortes de
seu irmão, Paulo César Farias, e
da namorada Suzana Marcolino.
"Confirmamos que Augusto
Farias teve participação decisiva
no desfecho do crime passional.
Além disso, outros indícios suscitam o indiciamento do deputado
no caso", afirmou Andrade.
A família Farias considera absurda a possibilidade de indiciamento de Augusto Farias. Ele afirmou ontem que só se manifestará
sobre o caso após a oficialização
da intenção dos delegados.
Os delegados não descartam a
possibilidade de indiciar outras
pessoas que estavam na casa da
praia de Guaxuma (litoral alagoano), onde os corpos foram encontrados em 23 de junho de 1996.
Apenas os quatro ex-seguranças de PC haviam sido indiciados
até ontem como co-autores dos
assassinatos. Os delegados descartam totalmente a primeira versão de que Suzana matou PC e,
em seguida, se suicidou. Para eles,
os dois foram assassinados.
Entre os indícios citados pelos
delegados estão os fatos de Augusto Farias ter dado "suporte" à
versão passional do caso e "proteção" aos ex-seguranças de PC.
Outro ponto que indicaria participação do deputado no caso seria a violação da cena do crime.
Quando a perícia chegou ao local, a bolsa de Suzana já havia sido
retirada do quarto e seus documentos apareceram rasgados no
local da assinatura. Celular e talão
de cheques dela desapareceram.
Os delegados consideram também Augusto Farias cúmplice do
direcionamento das primeiras investigações que apontavam para
o homicídio seguido de suicídio.
Ontem, Andrade e Lessa interrogaram, em Pão de Açúcar (sertão alagoano), Ângela Maciel, prima e ex-sócia de Suzana, e o assessor de Comunicação da Prefeitura de Pão de Açúcar, Elson Rodrigues Lima Madureira, que morou com Suzana por três anos.
Eles afirmaram que na primeira
investigação o delegado Cícero
Torres conduzia o interrogatório
para buscar apenas aspectos negativos sobre a vida de Suzana.
Madureira disse que não declarou que tivesse conhecimento do
suposto envolvimento de PC com
Zara Malone, uma amiga inglesa
de PC, que na época foi lembrada
como namorada e parte do ciúme
de Suzana que justificaria o fato
dela ter atirado no namorado.
"Eu não disse que Suzana era alcoólatra, não sabia da existência
da Zara e muito menos que a Suzana tinha tendência suicida. E
tudo isso está no inquérito", afirmou Madureira.
Texto Anterior: No Ar - Nelson de Sá: Distância Próximo Texto: Polícia de AL prende três acusados Índice
|