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REFORMA SOB PRESSÃO
Apenas 50 deputados estiveram na Câmara; 2º turno da previdenciária deve agora ocorrer só no dia 26
Base aliada não dá quórum e atrasa reforma
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Pela falta de apenas um deputado, o governo não conseguiu garantir ontem o quórum na Câmara -são necessários 51 deputados- para abrir sessão ordinária,
o que atrasará a votação em segundo turno da reforma da Previdência. A tendência é que a apreciação da matéria fique apenas
para terça-feira, dia 26. Registraram presença 50 parlamentares.
O presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), havia anunciado que seria feita uma sessão extraordinária para votar a reforma
em segundo turno na próxima
quarta-feira, dia 20. São necessárias, porém, cinco sessões ordinárias após a aprovação em primeiro turno, intervalo exigido pelo
regimento interno.
Como não houve quórum ontem, o segundo turno automaticamente vai para a quinta-feira.
"Se cada partido da base garantir
que vai estar com todos os seus
deputados na Casa e tivermos a
segurança de 330 votos a favor
dentro da base, votamos na quinta-feira à noite", afirmou Professor Luizinho (PT-SP), um dos vice-líderes do governo.
Para aprovar a proposta de
emenda constitucional, o Planalto
precisa do voto de 60% da Câmara, 308 deputados. Como na quinta-feira ainda precisa ser realizada
uma sessão ordinária para cumprir o prazo exigido no regimento, a reforma só pode ser apreciada à noite, quando tradicionalmente os deputados vão para os
Estados. "Perdemos a oportunidade de votar na quarta, dia de
quórum mais qualificado. Atrasa
o segundo turno, atrasa o Senado,
atrasa a sanção presidencial", disse Paulo Delgado (PT-MG).
Quando o prazo para a abertura
da sessão expirou ontem, às 9h30,
não havia nenhum deputado do
PPS. Havia um do PTB, um do PC
do B, três do PMDB e dois do PL.
Dos 93 petistas, 21 marcaram presença. "Fiquei chateado porque
os partidos da base assumiram
um compromisso. O PMDB tinha
se comprometido a colocar de
cinco a oito, e só tinham três. O
PC do B e o PTB só tinham um, o
PPS nenhum. O PT cumpriu o
acordo, colocou 21 deputados",
afirmou Professor Luizinho.
Segundo a assessoria de imprensa da liderança do PPS, não
houve tempo de mobilizar a bancada. De acordo com a liderança
do PMDB, dois deputados chegaram com dez minutos de atraso.
"O pessoal estava de ressaca, foram duas semanas muito intensas. Eu não mobilizei a bancada
porque o pessoal estava muito
cansado", afirmou o líder do PTB,
deputado Roberto Jefferson (RJ).
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