|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOY LOCO POR TI
Brasileiro e cubano assistem à posse do presidente do Paraguai
Lula e Fidel brincam sobre o Mercosul
PLÍNIO FRAGA
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, aproxima-se do
colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que segura o braço do
ditador cubano, Fidel Castro.
"Lula, Cuba quer entrar no
Mercosul", diz Chávez. "Não peça. Sei que Lula não deixará",
afirma Fidel. O presidente brasileiro fecha os olhos, ri e abraça o
cubano: "Deixa disso".
O almoço após a posse do novo
presidente do Paraguai, Nicanor
Duarte Frutos, ontem, foi descontraído e quebrou todas as regras de segurança.
Cerca de 3.000 pessoas circulavam livremente pelos salões de
um clube às margens do rio Paraguai, em Assunção, o que deixava tensos os seguranças dos
nove chefes de Estado presentes.
Fidel foi a estrela. Contava histórias e monopolizava a atenção.
Aproveitou-se da ausência do argentino Néstor Kirchner, que
havia comparecido à posse, mas
não ficou para o almoço, para
trocar o vinho argentino que seria servido por um chileno.
Depois de pedir ao maître que
trocasse a garrafa, Fidel serviu o
vinho a vários presidentes. Lula
foi o único que recusou. "Que estranho", comentou o ditador cubano sorrindo.
Lula estava ao lado do anfitrião
e do chileno Ricardo Lagos. Fidel
estava no lado oposto da mesa,
mas, em voz alta, falava com o
presidente brasileiro. "Como se
chama aquele lugar maravilhoso
que fui, que fica a 12 horas de Havana?", perguntou Lula. Fidel
não se lembrou.
Durante a posse, Fidel conversou com presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, que disse
que o ditador cubano poderia visitar a usina quando quisesse.
"Ainda mais agora que aquele
seu país vizinho teve um apagão", disse Samek, em referência
ao blecaute desta semana em
parte dos Estados Unidos.
Fidel riu. "Por essa, tem de
brindar comigo", levantou-se,
oferecendo uma taça de champanhe para que Samek tomasse
vinho. "É a que tem", justificou.
Lula quis fazer uma anotação
sobre um dos pontos de sua conversa com o uruguaio Jorge Battle. Pede uma caneta a Chávez.
Escreve e tenta devolvê-la. "É um
presente", diz o venezuelano.
"Não, não precisa", recusa Lula.
As primeiras-damas, incluindo Marisa Letícia, ficaram juntas, numa mesa ao lado.
Três horas depois, o almoço
terminou para que os presidentes participassem de uma reunião sobre o Mercosul.
Fidel foi o último a deixar a
mesa. Uma jornalista de rádio
começou a entrevistar o ditador
cubano. Um repórter aproveitou
para fazer uma pergunta, que
não foi concluída. "Solamente
las chicas", interrompeu.
Texto Anterior: Base aliada não dá quórum e atrasa reforma Próximo Texto: Retórica da crise: Economistas fazem ressalvas à opinião de que "o pior já passou" Índice
|