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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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SOY LOCO POR TI

Brasileiro e cubano assistem à posse do presidente do Paraguai

Lula e Fidel brincam sobre o Mercosul

PLÍNIO FRAGA
ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aproxima-se do colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que segura o braço do ditador cubano, Fidel Castro.
"Lula, Cuba quer entrar no Mercosul", diz Chávez. "Não peça. Sei que Lula não deixará", afirma Fidel. O presidente brasileiro fecha os olhos, ri e abraça o cubano: "Deixa disso".
O almoço após a posse do novo presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, ontem, foi descontraído e quebrou todas as regras de segurança.
Cerca de 3.000 pessoas circulavam livremente pelos salões de um clube às margens do rio Paraguai, em Assunção, o que deixava tensos os seguranças dos nove chefes de Estado presentes.
Fidel foi a estrela. Contava histórias e monopolizava a atenção. Aproveitou-se da ausência do argentino Néstor Kirchner, que havia comparecido à posse, mas não ficou para o almoço, para trocar o vinho argentino que seria servido por um chileno.
Depois de pedir ao maître que trocasse a garrafa, Fidel serviu o vinho a vários presidentes. Lula foi o único que recusou. "Que estranho", comentou o ditador cubano sorrindo.
Lula estava ao lado do anfitrião e do chileno Ricardo Lagos. Fidel estava no lado oposto da mesa, mas, em voz alta, falava com o presidente brasileiro. "Como se chama aquele lugar maravilhoso que fui, que fica a 12 horas de Havana?", perguntou Lula. Fidel não se lembrou.
Durante a posse, Fidel conversou com presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, que disse que o ditador cubano poderia visitar a usina quando quisesse.
"Ainda mais agora que aquele seu país vizinho teve um apagão", disse Samek, em referência ao blecaute desta semana em parte dos Estados Unidos.
Fidel riu. "Por essa, tem de brindar comigo", levantou-se, oferecendo uma taça de champanhe para que Samek tomasse vinho. "É a que tem", justificou.
Lula quis fazer uma anotação sobre um dos pontos de sua conversa com o uruguaio Jorge Battle. Pede uma caneta a Chávez. Escreve e tenta devolvê-la. "É um presente", diz o venezuelano. "Não, não precisa", recusa Lula.
As primeiras-damas, incluindo Marisa Letícia, ficaram juntas, numa mesa ao lado.
Três horas depois, o almoço terminou para que os presidentes participassem de uma reunião sobre o Mercosul.
Fidel foi o último a deixar a mesa. Uma jornalista de rádio começou a entrevistar o ditador cubano. Um repórter aproveitou para fazer uma pergunta, que não foi concluída. "Solamente las chicas", interrompeu.


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