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MST tenta acordo para continuar marcha e acampar em São Gabriel
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) negocia desde ontem com o governo
do Rio Grande do Sul, a Justiça
Federal e ruralistas de São Gabriel
a possibilidade de acampar em
uma área do agricultor Antônio
Pinto, que ofereceu sua propriedade por tempo indeterminado.
Caso a Justiça Federal aceite
"descongelar" a marcha que o
movimento realiza em apoio à desapropriação de 13,2 mil hectares
pertencentes a Alfredo Southall
no município, os 800 integrantes
da marcha poderiam até mesmo
participar do ato público que a
CUT (Central Única dos Trabalhadores) realizará às 10h de hoje
na fazenda de Pinto -que fica a 3
km de São Gabriel.
Outro acordo que o MST tenta
promover é entre o governo federal e Southall para serem abatidas
dívidas do fazendeiro (R$ 32 milhões, que ele admite, mas alega
estar discutindo em juízo), muitas
delas com a União. Em troca, haveria a desapropriação das áreas.
As terras de Southall haviam sido desapropriadas pelo governo,
mas o STF, por oito votos a dois,
cancelou a medida anteontem.
Motivo: Southall alega não ter sido notificado da vistoria no dia
em que ela se realizou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse
ontem que não há a intenção de
retomar as vistorias na área de
Southall.
Da parte do MST gaúcho, foi
publicada uma nota em que diz:
"A mesquinhez venceu a esperança" e "a injustiça esmagou a Constituição".
A possibilidade de o ato da CUT
se realizar concomitantemente a
uma concentração dos ruralistas
para comemorar a vitória no STF
foi afastada ontem. Os ruralistas
deverão fazer seu ato amanhã.
O prefeito de São Gabriel, Rossano Dotto Gonçalves (PDT), assinou um decreto polêmico, que
proíbe manifestações públicas no
município.
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