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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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MST tenta acordo para continuar marcha e acampar em São Gabriel

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) negocia desde ontem com o governo do Rio Grande do Sul, a Justiça Federal e ruralistas de São Gabriel a possibilidade de acampar em uma área do agricultor Antônio Pinto, que ofereceu sua propriedade por tempo indeterminado.
Caso a Justiça Federal aceite "descongelar" a marcha que o movimento realiza em apoio à desapropriação de 13,2 mil hectares pertencentes a Alfredo Southall no município, os 800 integrantes da marcha poderiam até mesmo participar do ato público que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) realizará às 10h de hoje na fazenda de Pinto -que fica a 3 km de São Gabriel.
Outro acordo que o MST tenta promover é entre o governo federal e Southall para serem abatidas dívidas do fazendeiro (R$ 32 milhões, que ele admite, mas alega estar discutindo em juízo), muitas delas com a União. Em troca, haveria a desapropriação das áreas.
As terras de Southall haviam sido desapropriadas pelo governo, mas o STF, por oito votos a dois, cancelou a medida anteontem. Motivo: Southall alega não ter sido notificado da vistoria no dia em que ela se realizou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse ontem que não há a intenção de retomar as vistorias na área de Southall.
Da parte do MST gaúcho, foi publicada uma nota em que diz: "A mesquinhez venceu a esperança" e "a injustiça esmagou a Constituição".
A possibilidade de o ato da CUT se realizar concomitantemente a uma concentração dos ruralistas para comemorar a vitória no STF foi afastada ontem. Os ruralistas deverão fazer seu ato amanhã.
O prefeito de São Gabriel, Rossano Dotto Gonçalves (PDT), assinou um decreto polêmico, que proíbe manifestações públicas no município.


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