São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2005

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OUTRO LADO

Banqueiro nega contato; fundos refutam pressão

DA REPORTAGEM LOCAL

Edemar Cid Ferreira negou, por meio de seu advogado, Sergio Bermudes, que tenha recorrido a Delúbio Soares para tentar levantar recursos junto a fundos de pensão. O advogado Ricardo Tepedino, que também defende Edemar, disse que o banqueiro conhecia o ex-tesoureiro do PT e que a Procid, holding que controlava o banco, comprou R$ 40 mil em ingressos para o show que Zezé di Camargo e Luciano fizeram para levantar fundos para a construção da sede do partido.
O advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, disse que seu cliente contou-lhe que não falou com Edemar pouco antes da intervenção no banco.
O fundo que mais perdeu recursos no Banco Santos, o Real Grandeza, disse por meio de sua assessoria que os investimentos feitos no Santos antecedem o governo Lula. Começaram em 1999. A maior aplicação, no entanto, ocorreu em 2003 (R$ 112,8 milhões). O Real Grandeza diz que investia no Santos porque a classificação da Austin Rating para a instituição era "A" ("o banco apresenta solidez financeira boa").
O Funcef, fundo dos funcionários da Caixa que perdeu R$ 10 milhões no Santos, refuta a idéia de que o investimento tenha ocorrido por pressões políticas. Luiz Guilhermino, assessor de imprensa do Funcef, diz que a aplicação foi feita por gestores terceirizados. O fundo de investimento do qual fazia parte a aplicação no Banco Santos, segundo ele, rendeu 2,9% acima da meta de 12,71%.
A Centrus, fundação dos funcionários do Banco Central que perdeu R$ 34 milhões, diz que o investimento havia sido feito em maio e junho de 2004. A perda, diz o fundo, representa menos de 0,5% do patrimônio.
O Petros não tem recursos aplicados no Banco Santos desde 2000, quando venceram dois CDBs de R$ 6,1 milhões, segundo sua assessoria.
A Fundação Sistel informou que as últimas aplicações que fez no Santos foram em 2001, quando investiu R$ 3,2 mi.
A Valia diz, por meio de assessoria, não ter aplicações no Santos desde 1998, quando a atual gestão assumiu o fundo.
Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, diz que a legislação existente é suficiente para punir eventuais irregularidades em fundos. O que falta, diz ele, é um órgão regulador que tenha autonomia do governo. O existente é subordinado à Previdência.


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