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OUTRO LADO
Banqueiro nega contato; fundos refutam pressão
DA REPORTAGEM LOCAL
Edemar Cid Ferreira negou,
por meio de seu advogado, Sergio Bermudes, que tenha recorrido a Delúbio Soares para tentar levantar recursos junto a
fundos de pensão. O advogado
Ricardo Tepedino, que também defende Edemar, disse
que o banqueiro conhecia o ex-tesoureiro do PT e que a Procid, holding que controlava o
banco, comprou R$ 40 mil em
ingressos para o show que Zezé
di Camargo e Luciano fizeram
para levantar fundos para a
construção da sede do partido.
O advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros Filho, disse
que seu cliente contou-lhe que
não falou com Edemar pouco
antes da intervenção no banco.
O fundo que mais perdeu recursos no Banco Santos, o Real
Grandeza, disse por meio de
sua assessoria que os investimentos feitos no Santos antecedem o governo Lula. Começaram em 1999. A maior aplicação, no entanto, ocorreu em
2003 (R$ 112,8 milhões). O Real
Grandeza diz que investia no
Santos porque a classificação
da Austin Rating para a instituição era "A" ("o banco apresenta solidez financeira boa").
O Funcef, fundo dos funcionários da Caixa que perdeu R$
10 milhões no Santos, refuta a
idéia de que o investimento tenha ocorrido por pressões políticas. Luiz Guilhermino, assessor de imprensa do Funcef, diz
que a aplicação foi feita por
gestores terceirizados. O fundo
de investimento do qual fazia
parte a aplicação no Banco
Santos, segundo ele, rendeu
2,9% acima da meta de 12,71%.
A Centrus, fundação dos funcionários do Banco Central que
perdeu R$ 34 milhões, diz que
o investimento havia sido feito
em maio e junho de 2004. A
perda, diz o fundo, representa
menos de 0,5% do patrimônio.
O Petros não tem recursos
aplicados no Banco Santos desde 2000, quando venceram
dois CDBs de R$ 6,1 milhões,
segundo sua assessoria.
A Fundação Sistel informou
que as últimas aplicações que
fez no Santos foram em 2001,
quando investiu R$ 3,2 mi.
A Valia diz, por meio de assessoria, não ter aplicações no
Santos desde 1998, quando a
atual gestão assumiu o fundo.
Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira
das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, diz
que a legislação existente é suficiente para punir eventuais irregularidades em fundos. O
que falta, diz ele, é um órgão regulador que tenha autonomia
do governo. O existente é subordinado à Previdência.
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