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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin desloca campanha para SP
Aliados vêem abandono, e candidato reduz influência das cúpulas do PFL e do PSDB na campanha
Apoiadores do tucano
reclamam de Fernando
Henrique Cardoso, que
disse que Serra era mais
qualificado para o cargo
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Há uma semana longe de
Brasília, o candidato do PSDB à
Presidência, Geraldo Alckmin,
está transferindo o comando de
sua campanha para São Paulo.
Não só com a concentração de
poder nas mãos do coordenador de comunicação, jornalista
Luiz Gonzalez, após o início do
programa eleitoral.
Mas também com maior controle dos gastos, hoje sob responsabilidade de Brasília. Segundo aliados, Alckmin já manifestou a disposição de acompanhar a execução de despesas.
A integrantes do comando da
campanha em Brasília, ele já reclamou, por exemplo, do volume previsto para "precursoras": equipes que antecedem
sua chegada a uma cidade.
A distância dissipa a influência da cúpula do PFL e do
PSDB, num momento em que
alckmistas se queixam do abandono do candidato. Ontem
mesmo foi cancelada a reunião
prevista para hoje entre Gonzalez e os coordenadores da campanha, sob o argumento de que
os políticos não poderiam viajar a São Paulo para o encontro.
Num cenário de queda, alckmistas também reclamam de
gestos como o do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso. À
revista "Playboy", FHC apontou o ex-prefeito paulistano José Serra como mais qualificado
para governar o Brasil.
Esse isolamento estaria expresso no tamanho das comitivas de Alckmin nas viagens e
até no debate de segunda-feira
realizado na TV Bandeirantes.
Ele minimiza: "O presidente do
meu partido, Tasso Jereissati,
estava lá. O presidente do PFL,
Jorge Bornhausen, estava lá. O
do PPS, Roberto Freire, também. Serra não foi porque é
candidato, Fernando Henrique
não é presidente de nenhum
partido, ficou acompanhando
pela TV", disse Alckmin.
Bornhausen atribui isso ao
próprio perfil do candidato. "É
do temperamento dele. Só falo
quando sou chamado. Não sou
de ficar na porta de ninguém
esperando para uma conversa",
disse o senador, com quem
Alckmin se reuniu para discutir
sua agenda no Tocantins.
Ontem, o PFL evitou até comentar o programa de TV exibido no horário de almoço.
Após reunião com Bornhausen,
o consultor Antônio Lavareda
lamentou a decisão de produzir
um especial para a noite. Segundo ele, é grande a quantidade de pessoas que almoça em
casa no interior do país. Reservar um programa melhor para a
noite, disse, "é uma tradição
que o presidente Lula rompeu".
Acho que o Lula não perdeu nada em utilizar o horário do almoço. Foi feliz ao ter rompido a
tradição", comentou Lavareda.
O grupo mais próximo do
candidato em São Paulo aposta
no crescimento para atrair
adeptos na política e ocupar o
centro de decisões. Esse crescimento, avalia Gonzalez, "tem
que acontecer até setembro".
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