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PSDB não é a "vítima" do PCC, dizem Mercadante e Quércia
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Os candidatos ao governo de
São Paulo Aloizio Mercadante
(PT) e Orestes Quércia
(PMDB) criticaram as declarações dos candidatos tucanos
Geraldo Alckmin e José Serra,
que apontaram o PSDB como
vítima das ações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Alckmin, que deixou o governo paulista para disputar a Presidência, classificou os ataques
do grupo como atos de "terrorismo político-eleitoral". Serra,
adversário de Mercadante e
Quércia na disputa estadual,
declarou que "o crime organizado não gosta do PSDB".
"A vítima dessa crise não é o
PSDB. As vítimas dessa crise
são pelo menos 1.741 pessoas
que foram assassinadas no último trimestre (...), são os 50 policiais que foram assassinados,
16 agentes penitenciários,
bombeiros, guardas municipais", disse Mercadante.
Em Campinas, Quércia disse
que o PSDB "está se fazendo de
vítima" do crime organizado
por causa do "interesse imediatista de ganhar votos".
"Você querer dizer que o crime organizado está querendo
desestabilizar o PSDB é dar valor político ao crime organizado", disse o candidato do
PMDB. Quércia disse ainda que
não vê motivação política nas
ações do grupo.
Mercadante, ao criticar indiretamente os tucanos, disse
que tem buscado evitar a "partidarização" da discussão sobre
os atos de violência do PCC.
"Tenho tratado como uma crise que exige uma resposta de
Estado. Mas eu vejo afirmações
que não podem ficar sem uma
reflexão", afirmou.
As declarações de Alckmin
foram dadas anteontem, após a
libertação do jornalista Guilherme Portanova, vítima de
um seqüestro atribuído ao
PCC. "Isso aqui é uma luta contra o PSDB, contra a minha
candidatura, terrorismo político-eleitoral", disse o candidato.
"Não tem a menor lógica seqüestrar pessoas para colocar
fita na TV. Ladrão não faz isso.
Isso lembra as Farc colombianas. Lá, a política migrou para o
crime. Aqui, o crime está migrando para a política."
Serra, também anteontem,
disse que as ações do PCC são
uma reação às atitudes de seu
partido no governo paulista.
"Não estou dizendo que tem
um partido instruindo o PCC.
Estou dizendo que o PCC é
contra o PSDB."
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