São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 2006

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PSDB não é a "vítima" do PCC, dizem Mercadante e Quércia

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

Os candidatos ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante (PT) e Orestes Quércia (PMDB) criticaram as declarações dos candidatos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, que apontaram o PSDB como vítima das ações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Alckmin, que deixou o governo paulista para disputar a Presidência, classificou os ataques do grupo como atos de "terrorismo político-eleitoral". Serra, adversário de Mercadante e Quércia na disputa estadual, declarou que "o crime organizado não gosta do PSDB".
"A vítima dessa crise não é o PSDB. As vítimas dessa crise são pelo menos 1.741 pessoas que foram assassinadas no último trimestre (...), são os 50 policiais que foram assassinados, 16 agentes penitenciários, bombeiros, guardas municipais", disse Mercadante.
Em Campinas, Quércia disse que o PSDB "está se fazendo de vítima" do crime organizado por causa do "interesse imediatista de ganhar votos".
"Você querer dizer que o crime organizado está querendo desestabilizar o PSDB é dar valor político ao crime organizado", disse o candidato do PMDB. Quércia disse ainda que não vê motivação política nas ações do grupo.
Mercadante, ao criticar indiretamente os tucanos, disse que tem buscado evitar a "partidarização" da discussão sobre os atos de violência do PCC. "Tenho tratado como uma crise que exige uma resposta de Estado. Mas eu vejo afirmações que não podem ficar sem uma reflexão", afirmou.
As declarações de Alckmin foram dadas anteontem, após a libertação do jornalista Guilherme Portanova, vítima de um seqüestro atribuído ao PCC. "Isso aqui é uma luta contra o PSDB, contra a minha candidatura, terrorismo político-eleitoral", disse o candidato. "Não tem a menor lógica seqüestrar pessoas para colocar fita na TV. Ladrão não faz isso. Isso lembra as Farc colombianas. Lá, a política migrou para o crime. Aqui, o crime está migrando para a política."
Serra, também anteontem, disse que as ações do PCC são uma reação às atitudes de seu partido no governo paulista. "Não estou dizendo que tem um partido instruindo o PCC. Estou dizendo que o PCC é contra o PSDB."


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