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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Candidatos criticam greve; Mercadante aponta motivo justo
Para Serra, paralisação dos metroviários é um "abuso"; petista
vê justificativa para ato, mas afirma não ser o melhor caminho
Alckmin, em cujo governo
foi fechada parceria para
construção de linha, diz que
situação é "absurda" e pede
à Justiça que puna grevistas
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve dos metroviários que
deixou 1,6 milhão pessoas sem
transporte público ontem, foi
criticada pelos três principais
candidatos ao governo de São
Paulo, José Serra (PSDB), Aloizio Mercadante (PT) e Orestes
Quércia (PMDB).
O discurso de Mercadante
oscilou entre justificar a ação
dos grevistas e condenar a paralisação que prejudicou milhões de eleitores. "O motivo da
greve é [justo]. O instrumento
da greve, não. A greve deve ser
sempre o último instrumento a
ser utilizado pelos movimentos", disse o candidato.
O petista tentou justificar a
participação da sua vice, Nádia
Campeão (PC do B), na ação na
Justiça que tentou barrar a licitação da linha 4 do metrô, motivo da greve ontem. "A Nádia foi
convidada para estar na assembléia dos metroviários ao longo
de, pelo menos, 20 anos. Ela
tem acompanhado essa categoria, tem dado apoio político, às
lutas, às reivindicações", disse.
Além da vice, candidatos a
deputado do PT e do PC do B
também participaram da assembléia que votou pela paralisação, anteontem. Mercadante
disse não ver viés político na
greve dos metroviários.
O ex-governador Quércia
também evitou criticar os grevistas. "Em geral, nunca gostei
de greve no metrô, porque fui
governador e enfrentei essa situação. Mas é um direito."
Já Serra disse não ter outra
explicação para o ato de ontem
a não ser a motivação político-eleitoral. "Não é uma greve para reivindicar salários, é uma
greve de natureza política, e
que traz um transtorno imenso, imenso, infinito para a população de São Paulo. Uma greve gratuita, um verdadeiro abuso", afirmou o candidato.
Os três candidatos foram
unânimes em considerar as
PPPs (Parcerias Público-Privado) como bom instrumento dos
governo para investir em obras,
mas fizeram ressalvas às parcerias.
Alckmin
O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, classificou como "absurda" a greve e
pediu punição por parte da Justiça para o movimento.
"É uma coisa absurda. Fazem
uma greve por que estão construindo uma nova linha de metrô?", questionou ele.
A PPP responsável pela construção da nova linha, alvo dos
grevistas, foi gestada no governo Alckmin no Estado.
"Foi a primeira PPP a sair do
papel no Brasil, são quase R$
500 milhões de participação da
iniciativa privada", disse o tucano. "Espero uma punição por
parte da Justiça."
(ROGÉRIO PAGNAN, LEANDRO BEGUOCI, ALENCAR IZIDORO E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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