São Paulo, quarta-feira, 16 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO

Candidatos criticam greve; Mercadante aponta motivo justo

Para Serra, paralisação dos metroviários é um "abuso"; petista vê justificativa para ato, mas afirma não ser o melhor caminho

Alckmin, em cujo governo foi fechada parceria para construção de linha, diz que situação é "absurda" e pede à Justiça que puna grevistas


DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos metroviários que deixou 1,6 milhão pessoas sem transporte público ontem, foi criticada pelos três principais candidatos ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), Aloizio Mercadante (PT) e Orestes Quércia (PMDB).
O discurso de Mercadante oscilou entre justificar a ação dos grevistas e condenar a paralisação que prejudicou milhões de eleitores. "O motivo da greve é [justo]. O instrumento da greve, não. A greve deve ser sempre o último instrumento a ser utilizado pelos movimentos", disse o candidato.
O petista tentou justificar a participação da sua vice, Nádia Campeão (PC do B), na ação na Justiça que tentou barrar a licitação da linha 4 do metrô, motivo da greve ontem. "A Nádia foi convidada para estar na assembléia dos metroviários ao longo de, pelo menos, 20 anos. Ela tem acompanhado essa categoria, tem dado apoio político, às lutas, às reivindicações", disse.
Além da vice, candidatos a deputado do PT e do PC do B também participaram da assembléia que votou pela paralisação, anteontem. Mercadante disse não ver viés político na greve dos metroviários.
O ex-governador Quércia também evitou criticar os grevistas. "Em geral, nunca gostei de greve no metrô, porque fui governador e enfrentei essa situação. Mas é um direito."
Já Serra disse não ter outra explicação para o ato de ontem a não ser a motivação político-eleitoral. "Não é uma greve para reivindicar salários, é uma greve de natureza política, e que traz um transtorno imenso, imenso, infinito para a população de São Paulo. Uma greve gratuita, um verdadeiro abuso", afirmou o candidato.
Os três candidatos foram unânimes em considerar as PPPs (Parcerias Público-Privado) como bom instrumento dos governo para investir em obras, mas fizeram ressalvas às parcerias.

Alckmin
O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, classificou como "absurda" a greve e pediu punição por parte da Justiça para o movimento.
"É uma coisa absurda. Fazem uma greve por que estão construindo uma nova linha de metrô?", questionou ele.
A PPP responsável pela construção da nova linha, alvo dos grevistas, foi gestada no governo Alckmin no Estado.
"Foi a primeira PPP a sair do papel no Brasil, são quase R$ 500 milhões de participação da iniciativa privada", disse o tucano. "Espero uma punição por parte da Justiça." (ROGÉRIO PAGNAN, LEANDRO BEGUOCI, ALENCAR IZIDORO E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)


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