São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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Lula estuda ida a ato de apoio a petista em SP

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está analisando, com assessores, a possibilidade de participar de uma atividade pública com a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), neste fim-de-semana, durante visita à cidade. Segundo um integrante da equipe de Marta, o gesto, ainda que comedido, serviria para mostrar que, assim como o adversário José Serra (PSDB) tem o apoio do governador Geraldo Alckmin, Marta tem com quem contar.
Se confirmada, a idéia é a que seja uma atividade discreta sem manifestação explícita de apoio. Até na equipe de Marta, há quem admita que a resistência de Lula está no risco de que seja debitada em sua conta uma eventual derrota da prefeita. Segundo um dos interlocutores do presidente, Lula está decidindo se passa pela capital, hipótese que "não está acertada, nem descartada". Por enquanto, Lula tem agendada apenas uma viagem ao ABC na manhã se sábado, para celebração de convênio que permitirá ampliação do pólo petroquímico na região.
Em meio à pressão para que Lula declare abertamente seu apoio à reeleição de Marta Suplicy, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse ontem acreditar que o melhor é Lula "não se meter" no processo eleitoral.
"Se eu pudesse falar com o presidente, diria o seguinte: "Presidente, não se meta nas eleições municipais, porque nas eleições municipais o senhor corre o risco de não ajudar muito o candidato e talvez trazer alguns problemas para o seu próprio governo, sua própria administração'", afirmou o deputado, durante solenidade.
Antes da declaração, João Paulo fez longa argumentação segundo a qual o apoio do presidente tem efeito "residual" e uma influência reduzida nas eleições municipais: "A incidência nacional nessas eleições é residual. Por que em 1996 o Fernando Henrique Cardoso, em uma situação tão confortável eleitoralmente, não elegeu o Serra para a Prefeitura de São Paulo? Porque não há ligação direta". João Paulo não mencionou situações específicas. As declarações do deputado foram feitas durante o lançamento da cartilha "Guia do Voto Cidadão".


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