SAMIR YAZBEK
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ela chega com um despojamento raro em suas aparições públicas, mas não demora a sentar no trono. À medida em que se sente ameaçada pelas perguntas, é do alto dele que passa a falar, chamando a atenção para as coisas boas que fez.
A atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, olha ao redor, ou melhor, quase sempre em frente, com a determinação dos que não querem abandonar o cargo. No ardor de seu desempenho, torna-se arrogante, o que não deixa de ser a defesa de quem se sente flagrado em contradições, sobretudo quando a questionam com argumentos que ela não enfrenta. Nas respostas mais ríspidas, fere suscetibilidades e afasta os mais incautos.
O sorriso sedutor e o olhar impávido procuram sustentar uma atmosfera de confiança. No fim, predomina o enfado pelos pontos que deixou de esclarecer e pela falta de diálogo.