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IMPRENSA
Nelson Sirotsky, novo presidente da entidade, afirma que Congresso deve arquivar projeto que cria conselho
Para ANJ, discurso de Lula esvazia CFJ e risco de censura
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo presidente da ANJ (Associação Nacional dos Jornais),
Nelson Sirotsky, encerrou ontem
o 5º Congresso Brasileiro de Jornais afirmando que a proposta de
criação do CFJ (Conselho Federal
de Jornalismo) assume "uma dimensão secundária" após a realização do congresso.
Sirotsky, diretor-presidente do
grupo RBS, que publica o jornal
"Zero Hora", substitui Francisco
Mesquita Neto, presidente do
conselho de administração do
jornal "O Estado de S. Paulo".
Para o presidente da ANJ, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira,
durante a cerimônia de posse da
nova diretoria da ANJ, sinalizam
para o "fim de qualquer idéia que
possa representar a volta da censura, mesmo de maneira dissimulada". Ele disse que tem "a convicção de que esse projeto será um
projeto arquivado nos próximos
dias pelo Congresso".
Na terça-feira, o presidente Lula
ouviu críticas ao projeto de criação do conselho do próprio Sirotsky e de ex-dirigentes da ANJ.
Durante seu discurso, no entanto,
o presidente, que fez defesa enfática da liberdade de imprensa no
Brasil, não mencionou nenhuma
vez o projeto de criação do CFJ.
O projeto foi apresentado ao governo, por meio do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), pela Fenaj (Federação Nacional dos
Jornalistas). O governo federal,
no entanto, o alterou. O artigo 1º
previa, entre as atribuições do
CFJ, "orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de
jornalista". O anteprojeto elaborado pela equipe do ministro Ricardo Berzoini (MTE) fixa como
atribuição do CFJ e dos conselhos
regionais "orientar, disciplinar e
fiscalizar o exercício da profissão
de jornalista e da atividade de jornalismo".
O projeto foi entregue ao Congresso no início de agosto. Após a
repercussão negativa que seguiu-se à apresentação, cogitou-se, no
governo, a possibilidade de a Fenaj solicitar ao Executivo a retirada do projeto do Congresso, para
evitar um desgaste que parte do
governo considerava desnecessária. A direção da Fenaj, na época,
classificou a possibilidade de retirada como um "desatino".
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) negou a intenção do governo de voltar atrás, argumentando
que o projeto deveria ser debatido
no Congresso. "O projeto agora é
uma questão do Congresso, das
empresas jornalísticas e dos jornalistas", disse Dirceu em meados
de agosto.
Encerramento
Ontem, na sessão de encerramento do 5º Congresso Brasileiro
de Jornais, Örjan Ólsen, diretor-executivo do Ipsos Opinion, apresentou o projeto de pesquisa que
deve ser levado adiante pela ANJ
para mensurar o papel dos jornais
na construção da cidadania.
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