São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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"Não vou falar nada disso não, tá? Não vou fazer desabafo", diz Gedimar Passos

DA REPORTAGEM LOCAL

O agente aposentado da Polícia Federal Gedimar Pereira Passos, 51, atendeu ao telefone num apartamento da superquadra 411 da Asa Norte, em Brasília, às 18h da última sexta.
Após ouvir o pedido de entrevista, Passos passou os números de telefone de seus dois advogados. Nenhum comentário sobre o escândalo do dossiê? "Eu não vou falar nada disso não, tá? Eu já dirigi a eles [advogados], eu conversei com eles, eu sabia que alguém ia me ligar, então eu conversei com ele [advogado], está acompanhando o caso judicialmente. Eu estou por fora, você conversa com ele, ele sabe de tudo", disse Passos, que desconversou, em resposta a outra pergunta: "Não vou fazer desabafo. Tá bom então?"
Os advogados não foram localizados nos dois números indicados por Passos. Há um ano, Passos foi preso no hotel Ibis, de São Paulo, com o dinheiro que seria usado para a compra do dossiê contra tucanos.
Passos foi indiciado no final de 2006 pela PF por suposta lavagem de dinheiro. Desde a prisão, deixou de ministrar cursos de treinamento para policiais, financiados pelo governo federal. Ele foi um destacado policial na área de proteção a autoridades na PF de Brasília.
Passos é uma peça-chave no escândalo, mas deu informações contraditórias à Justiça. No primeiro depoimento que prestou à PF, logo após sua prisão, Passos disse que agiu sob ordens de "Freud", identificado como sendo Freud Godoy, assessor especial da Presidência. Depois, Passos voltou atrás e Freud acabou inocentado.
À CPI dos Sanguessugas, em novembro, Passos novamente deixou incógnita a fonte do dinheiro. "Já estou com a corda no pescoço. Não posso agora puxar a corda", disse, em resposta a uma pergunta sobre a origem dos recursos. (RV)


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